Rivals | 3RACHA

'28'

Nada como uma semana se passando lentamente para mostrar a jisung como seu dia era maçante e entediante. Ia às aulas do seu curso por pura obrigação, não via prazer em estudar sobre leis e mais coisas que sinceramente não tinha o menor interesse.

Podia dizer com certeza que a única parte boa de ir a faculdade era conversar com felix na hora do almoço e fugir para ver os garotos do time de futsal treinar, mas essa parte dos garotos havia perdido o interesse gradativamente. Estava comprometido e aqueles caras de rostos padrões e suados não faziam mais o seu estilo, nem as líderes de torcida com seus belos corpos e flexibilidade impressionante prendia sua atenção numa tarde cansativa.

Nos últimos meses a única coisa que realmente valia a pena dar sua atenção era ver changbin e christopher, perdeu a conta das vezes que pulou o pequeno muro da faculdade por trás para dar uma fugidinha e ir para casa do seo. Ele sempre ficava livre após as duas horas da tarde, e assim passava o restante do dia. Era questionado a maior parte do tempo se não deveria estar estudando, mas mentia dizendo que tinha sido liberado mais cedo ou apenas falava que não estava a fim de ver as aulas.

Com changbin machucado, sua vontade de ir para faculdade caia mais ainda. Tinha prometido para si mesmo cuidar do seu hyung baixinho, mas sabia que se pisasse em sua moradia aquela hora da manhã seria expulso a pontapés. Mesmo doente, o seo era imprevisível, digo por que o rapaz loiro já tentou escapar de suas responsabilidades e ir ver como seu garoto estava, mas o que recebeu foi xingamentos e um chute na bunda, e por todos os santos, como alguém tão pequeno conseguia ter um chute tão forte? Jisung podia apostar que sua bunda ficará vermelha por pelo menos três dias.

Nesse exato momento, mais uma aula na qual ele não dava atenção rolava, mas a paisagem das árvores e enormes prédios do lado de fora parecia bem mais atrativa, a vegetação se misturava com o cinza da cidade, dando leves toques naturais àquela paisagem fria de concreto. Poderia parecer irônico por seu péssimo histórico, mas gostava de plantas. Sempre cuidou da pequena plantação de flores que sua avó mantinha no quintal de casa, foi com ela que aprendeu a cultivar vários tipos de plantas, desde as mais altas até às pequenas mudas que cresciam de forma preguiçosa pelo solo fértil. Gostava da sensação boa da terra molhada entre seus dedos, de estar com seus joelhos fincados na terra macia, do ar livre sem a poluição da cidade. A única coisa que fazia o han querer voltar para Malásia, era para ver sua avó, ver seu canteiro de flores e respirar aquele ar puro do campo, e comer dos frutos que ela mesmo cultivava.

Quando o sinal ecoou por toda faculdade, jisung juntou suas costas e saiu rapidamente, não tinha por quem esperar e tinha um longo caminho até o campus de medicina, tinha combinado de almoçar com o lee mais uma vez, sendo este seu único amigo por aquelas redondezas. Não era de fazer amizade tão facilmente, em círculos sociais era tímido, para se soltar naquele tipo de situação precisaria estar no mínimo chapado, mas tinha prometido para si mesmo dar um tempo naquilo, em respeito a changbin também, agora sabendo o porque do rapaz repudiar tanto pessoas que fumam. Sabia que o bang também tentava ir por esse mesmo caminho, do seu jeito meio torto, mas sabia que australiano conseguiria largar aquele vício com o tempo.

Avistou o lee na fila para o almoço, seus cabelos loiros estavam presos em um coque perfeitamente arrumado, fora suas roupas bem passadas e tênis limpinho. Se fosse compará-los agora seria o mesmo que colocar um copo de ouro perto de um de plástico, jisung estava totalmente desleixado com sua aparência naquela manhã, não via motivos para se arrumar apenas para passar horas sendo torturado em uma sala de aula, apenas uma regata preta escondida por uma jaqueta comprida e uma calça qualquer que achou embaixo de várias roupas era o suficiente, seu tênis era o toque final para sua bagunça visual. Nada combinava mas quem se importa? Estava confortável e era o suficiente para não sair correndo de calor naquele fim de primavera escaldante.