'27'

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Havia acordado fazia pouquíssimo tempo, seus olhos se moviam com lentidão pelo quarto branco, o som agonizante de seus batimentos cardíacos medidos por um aparelho fazia sua cabeça latejar, sua garganta seca só o deixava mais inquieto. Queria saber o que tinha acontecido exatamente, não conseguia se lembrar de nada depois que saiu da casa dos seus pais, sabia que tinha ido para pousada de carro, mas e depois? Sua mente estava uma bagunça completa, seus pensamentos todos fora de ordem.

A porta em frente a sua maca se abriu, de lá a figura alta de uma enfermeira de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo invadiu seu campo de visão, ela se aproximou com um sorriso singelo, apenas as pontas de seus lábios levemente puxados para cima. Ela dirigiu algumas perguntas ao rapaz deitado enquanto checava sua pressão arterial, o seo se limitou a balançar a cabeça para cada nova pergunta que ela proferia, sem saber ao certo do que ela estava falando, sua voz era fina e irritante, deixando o moreno ainda mais estressado. Queria ir embora pra casa.

O único momento em que realmente teve interesse no que ela falava, foi quando o nome do han atravessou seus dentes bem alinhados e sorriso forçado. Seus olhos miúdos a encarava com confusão, um sentimento forte atingiu seu peito, uma necessidade imensa de querer vê-lo fazia seus dedos formigarem em ansiedade.

— onde ele está? — indagou mesmo que sua garganta doesse.

— me deixe apenas terminar de verificar umas coisas em você antes de deixá-lo entrar. — após medir sua pressão arterial corretamente, checou também seus olhos e repôs o soro. — o garoto loiro também está com outro rapaz todo tatuado, posso deixá-los entrar? Você o conhece também?

— sim, o deixe entrar. Ele é meu namorado, os dois são. — a enfermeira o encarou de sobrancelhas erguidas, em surpresa, assentiu em um manusear de cabeça e saiu do quarto.

Ansiedade tomava conta de seu corpo, ficando estranhamente animado, um sorriso brotou em seus lábios ressecados e machucados, doía mas era inevitável não sorrir ao imaginar vê-los. Demorou alguns minutos até que a porta fosse novamente aberta, jisung entrou primeiro, tropeçando em algo que changbin não conseguia ver, tal ato lhe arrancou uma risada esganiçada, dolorida. Christopher parecia receoso, seus olhos castanhos lhe analisou com pesar. changbin acabou por ficar sem graça por ter que encará-los naquela situação onde nem ao menos lembrava ao certo o que tinha o levado até o estado atual.

— você tá bem? — jisung coçava as mãos nervoso, se posicionou ao lado direito de sua maca com o bang logo atrás. — quer dizer, é óbvio que você não tá. Você tá todo quebrado.

— obrigado por me lembrar disso. — tinha um sorrisinho pequeno brincando em seus lábios, parecia feliz demais para quem mal conseguia mexer um dedinho sem sentir uma dor horrível.

— desculpa. — o han se aproximou mais, tocando devagarinho em sua mão livre e entrelaçando seus dedos. — fiquei preocupado. — olhando melhor agora, tanto jisung quanto christopher pareciam cansados, se questionou em silêncio há quanto tempo eles estavam ali o esperando acordar.

— sua irmã nos ligou ontem a noite chorando, ela praticamente implorou pra que a gente viesse aqui pra ajudar a te levar no hospital mesmo que o atendimento já estivesse sendo feito. — christopher iniciou, tendo a atenção do seo totalmente focado nele. — foi o ex marido dela que fez isso em você. — aquilo foi o mesmo que acender uma luz em um quarto escuro, as lembranças aos poucos retornavam a sua mente, o deixado até um pouco tonto.

— chris queria ir atrás do cara. — jisung comentou risonho, vendo o bang virar o rosto levemente irritado e envergonhado. — mas ele já foi preso e não tem muito o que fazer agora, é deixar que ele se resolva com a polícia.

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