'21'

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O dia parecia passar lentamente diante do jovem trio, mas como todo fim de manhã, à noite os aguardava com sua brisa suave e ruas silenciosas.

Decidido que estar no mesmo ambiente que sua irmã com christopher e jisung era caso de constrangimento, após o jantar, os três desceram para o andar de baixo, deixando jeongin aos cuidados da mulher mais velha. A última coisa que changbin queria naquela noite era passar por outra vergonha daquela, sendo que agora mal conseguia sustentar o olhar na park sem querer jogá-la pela varanda da sala.

Já no estúdio, aproveitando que o colchão não havia sido retirado do chão desde a manhã, o trio deitou-se, mas changbin tinha outros planos, levando consigo um caderno e lápis, dando atenção a sua repentina onda de inspiração e ignorando a conversa entre os dois logo atrás de suas costas, deitados um de frente para o outro.

— bin, você tá escutando? — sentiu um cutucão em sua coluna, deixando o lápis e a borracha de lado para mirar seus olhos em jisung.

— tô.

— tava mesmo? — o loiro sentou-se por cima dos calcanhares, com uma sobrancelha erguida sem acreditar nas palavras do moreno.

— vocês estavam falando sobre ir no hyunjin qualquer dia desses para fazer um tipo de revanche, porque o christopher tá com o orgulho ferido. 

— ei! Eu não tô, não! — o mais velho protestou indignado.

— você tava sim. — jisung sorriu ladino brincalhão. — e ainda quer fazer uma aposta, vê se pode.

— essa ideia foi sua!

— mas é uma boa ideia, não é? — jisung não esperou por respostas. — é sim, eu sei.

— e você tá em condição de apostar algo? — christopher o olhou confuso. — tsc, nem me pagou pela tatuagem. — changbin deu as costas, voltando para seu desenho vendo que aquele assunto não iria render nada produtivo. 

Christopher e jisung se entreolharam confusos, suas mentes mirabolantes tramando algo em questão de segundos e suas ideias sendo transmitidas pelo ar de forma mágica. Ou apenas o bang sussurrou em sua orelha o que estava para aprontar. Se aproximaram do seo cautelosos, sendo jisung o primeiro a agir, puxando o moreno pelo ombro e o obrigando a deitar-se sem nem um pouco de gentileza. Christopher foi logo em seguida, passando sua perna por cima do quadril do rapaz, em seus lábios brincava um sorriso pequeno, ardiloso. Changbin estava petrificado, suas mãos apertavam o lençol do colchão, a risada de jisung era como gasolina prestes a fazer um incêndio, não sabia onde focar seus olhos, na imagem de christopher em cima do seu corpo ou jisung logo ao lado o olhando com tanta diversão, como se seu nervosismo fosse uma das piadas mais engraçadas já ouvidas.

— não precisa ficar tão nervoso. — o timbre de voz de christopher foi o suficiente para fazer changbin cruzar as pernas, seus olhos tremiam ao encará-lo.

— você não disse que queria seu pagamento? — jisung se aproximou, abaixando seu rosto rente ao seu ouvido. Changbin engoliu em seco.

— se isso for uma brincadeira, eu juro que chuto vocês dois da minha casa. — sua voz era falha, cortante. Respirava entre falas ofegantes, poderia ter um ataque do coração e eles nem estavam fazendo nada. E era justamente esse nada que o deixava tão angustiado. — por que estão fazendo isso assim? Do nada?

— não está gostando? — christopher inclinou mais o rosto na direção do seo, seus narizes podiam se tocar a qualquer segundo por qualquer movimento, mas changbin até mesmo tinha prendido a respiração.

— n-não é isso. — virou o rosto, mas foi uma péssima decisão. Christopher raspou de leve o nariz em sua orelha, um arrepio subiu por todo seu corpo, prendendo um grunhido em sua garganta. — eu só não esperava que fosse ser assim! — ambos rapazes ficaram assustados.

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