Rivals | 3RACHA

'23'

— liguei pro bin, ele disse que só vai deixar a jihyo e o innie na casa dos pais dele e vai voltar pra cá ainda hoje. — jisung avisou. Tinha ido buscar o bang na entrada da cidade alguns instantes atrás, agora ambos estavam seguros na casa do loiro.

Christopher ainda não tinha dito nada, apenas chorou ao ver jisung quando foi buscá-lo. Jisung estava inquieto, sabia que o chefe do moreno tinha feito algo, podia ver bem as marcas de dedos no pescoço do seu quase namorado. Estava tão bravo, mas não iria explodir, segurava a vontade de ir atrás do cara que tinha deixado o australiano tão abalado. Precisava ser o consolo dele enquanto o seo não chegava, a presença do tatuador acalmaria ambos, mas por enquanto, ele quem precisava prestar apoio ao bang.

— ei, olha pra mim. — se aproximou do bang, que se mantinha de cabeça baixa, já não chorava como antes, mas ainda parecia abalado, seu semblante contorcido numa expressão de dor. — chris, você tá seguro aqui comigo, eu vou te proteger. — abaixou-se a sua frente, tocando suas mãos que estavam em seu colo.

O australiano se manteve quieto, não conseguia ficar tranquilo sentado naquele sofá, ainda podia sentir o aperto dos dedos grandes de minjun ao redor do seu pescoço. Moveu seus olhos até jisung, ele tinha um semblante piedoso. Não queria a pena dele, não queria que ele o visse como um indefeso. Se sentia um idiota assustado. Nem mesmo conseguia chorar por tanto desgosto de si mesmo, seu orgulho totalmente ferido.

— não precisava ligar pro changbin. — sua garganta ainda doía ao falar. Jisung apertou mais suas mãos, encostando seus cotovelos nas coxas do bang cobertas pelo jeans da calça.

— precisava, ele é o mais coerente entre nós dois. Eu não sei lidar com tudo isso sem querer bater em alguém. Tem noção do quanto eu tô surtando aqui? Ele não tinha o direito de te tocar, de te machucar dessa forma. — ficou de pé, passando as mãos do bang ao redor da sua cintura, sentando-se em seu colo mesmo contra a vontade do moreno, encolhendo-se dentro do seu corpo quente. — eu me importo com você, porra, eu não suporto te ver assim!

Escutou o soluço do han, seu peito automaticamente ficando apertado. O abraçou com força, trazendo mais seu corpo para o seu, acariciando suas costas com as pontas dos dedos, aspirou profundamente o cheiro bom de shampoo em seus cabelos descoloridos, como se toda a dor que marcava seu corpo não fosse tão importante, apenas queria sentir que estava com jisung, que o tinha em seus braços, que agora estava tudo bem. Que estava seguro.

Como uma avalanche de sentimentos, entre soluços e carinhos meigos, a mente de christopher se acalmou. O turbilhão de pensamentos negativos indo embora assim que escutou a campainha tocou e de lá changbin apareceu, seus olhos miúdos o encarava com pavor, tirou os sapatos rapidamente, tirando também a jaqueta de couro sintética a deixando em cima da poltrona do han. Sem a menor delicadeza, o seo o forçou a erguer o rosto ao tocar os dígitos em seu queixo, jisung se afastou do colo do bang, dando a mesma atenção aos roxos que ficaram facilmente marcados na pele pálida.

— como é que eu saio de um problema e entro em outro? — parecendo exausto, changbin sentou-se ao seu lado com as mãos no rosto. — essas marcas no seu pescoço foi aquele babaca, não foi? — jisung confirmou em um balançar de cabeça. O tatuador suspirou alto, procurando calma para lidar com aquilo. — você vai sair desse emprego e vai na polícia denunciar esse cara.

— eu não posso, changbin.

— como assim não pode, christopher? Esse cara tentou te matar, tá nítido e as provas são esse seu pescoço todo machucado!

— minjun tem pessoas na polícia daqui, é o mesmo de entrar numa mata cheia de lobos achando que não vai morrer.

— então você vai deixar isso pra lá? Como se não fosse nada? — jisung indagou visivelmente irritado.