Rivals | 3RACHA

'15'

Com o ligeiro passar dos dias, um novo ano se iniciava. Christopher não podia dizer que aquele final de ano foi de um todo mal, óbvio que preferia ter passado aquele feriado nevasco com jisung e changbin, longe de qualquer problema ou dos seus vícios, mas como já dizia um certo alguém, querer não é poder.

Passará a virada de ano em casa, junto a felix. Seu primo voltará da Austrália dias após o natal, ambos dividiram uma grade de cerveja enquanto viam a contagem regressiva da virada de ano pela televisão. Só de imaginar que não podia abraçar os dois mais novos que aos poucos conquistaram seu coração o entristecia. Changbin fora passar o final de ano com sua irmã e sobrinho em um bairro distante; jisung desta vez foi realmente obrigado a ir para Malásia, uma vez que seu pai ligará furioso o xingando por não ter ido no natal. O bang teve que se segurar muito para não arrancar o celular das mãos do loiro e desligar, ver o terror no semblante do Han tinha entrado para sua lista de coisas que nunca mais queria presenciar novamente.

Estava de folga do trabalho na primeira semana de janeiro, passará os dois primeiros dias trancafiado em casa, sua ressaca não o deixava sair do quarto. Mesmo que distante, não conseguia parar de pensar em jisung ou changbin, trocar mensagens diariamente com eles não era o suficiente. Em seus sonhos, eles sempre estavam lá. Estava querendo fazer certo dessa vez, esperaria o tempo deles vendo que nem ao menos conseguiam se encarar sem uma nuvem de tensão aparecer em cima deles. Estava sendo assim desde o dia que o tatuador expôs seus sentimentos, pegando christopher de surpresa. Não esperava que aquela atitude viesse logo do seo, talvez ele um dia explodisse e dissesse tudo o que queria. Estava cansado de guardar seus sentimentos daquela forma, nunca foi assim, havia se tornado um medroso quando se tratava daqueles dois.

Seu passado ainda era seu passado, sabia dos erros que carregava nas costas, as más escolhas que havia feito ainda o assombrava em seus pesadelos rotineiros. Queria algo sério com aqueles dois baixinhos estressados, queria fazer certo pelo menos uma vez na vida. Talvez a amizade que haviam construído impedisse que avançasse. Olhar para eles agora era como um desafio, sonhava em beijá-los, mas não podia ser apenas ele a querer aquilo.

Frustrado dos seus próprios pensamentos, chris se levantou da cama, pouco se importando se estava apenas com uma calça cobrindo suas pernas, os poucos pelos bronzeados do seu peito se arrepiaram ao ter contato com o frio que estava na sala. Felix estava ali, jogado no sofá assistindo algum programa no qual não se importava. Foi até a cozinha para beber um gole d'água, precisava colocar seus pensamentos em ordem e parar com aquela paranóico sem fim.

- olha só se não é a bela adormecida. - Felix apareceu na cozinha, se encostando na bancada perto da pia. - dormiu bem?

- não enche o saco.

- minha nossa, o ogro acordou de mau humor. - teve que respirar fundo para não jogar o copo de alumínio na direção do loiro. - o que foi, shrek? Pela sua cara, deve ser homem. Pensei que você estava tentando ser um cara responsável agora, com um relacionamento estável e essas coisas.

- e eu tô tentando, só não é fácil.

- imagino o quão difícil deve ser pra um galinha se aquietar em um só ninho.

- você tá aqui pra me julgar? - ergueu uma sobrancelha, impaciente e mau humorado.

- tô aqui pra te fazer enxergar a verdade. Não sei quem são os caras que você tá saindo, nem sei se você vai me permitir um dia conhecer as pessoas que fizeram meu priminho virar gente, mas posso imaginar que eles são caras de bem pelo tanto que você me fala deles. Então, não faz merda, okay? - deu alguns tapinhas nas costas despidas do bang. - apanhar de um cara já deve ser ruim, imagina dois? Boa sorte, amigão.