A Tough War [Concluída]

VIII. Uma Solução Temporária e Uma Comitiva Real

Rayan estendeu as mãos para limpar o rosto de Athena, ajudando-a a se recompor e depositando um beijo no topo da cabeça da mulher. Agora, além da estratégia de defesa, tinha que pensar em proteger a esposa. Ao menos com o exército inteiro ali, dava para ter mais certeza de que ela ficaria tão ou mais segura do que no castelo na capital. E que Athena nunca soubesse daquilo ou só daria mais razão para que ela fizesse mais loucuras como aquela.

– Limpe o rosto e se recomponha, não pode sair daqui assim. Ninguém sabe que está aqui e ninguém pode sequer pensar na possibilidade. Se souberem que a princesa está no acampamento, seria isca fácil para o reino inimigo caso queiram consolidar a guerra.

Ela concordou com um aceno de cabeça enquanto ele começava a dar as instruções.

– Vou avisar aos capitães que são de confiança e já a conhecem, assim vai ser mais fácil manter os olhos em você, mocinha. – o tom dele era de um pai repreendendo uma criança. – Quando Cáel chegar, vai ficar sob o treinamento dele, já que se dá melhor com arco. Enquanto isso, está na cozinha, não é?

– Sim.

– Continue lá, não tem lugar mais seguro aqui. – disse Rayan, uma expressão pensativa, o queixo apoiado numa das mãos. – Com sorte, receberemos boas notícias quando meu pai chegar e não haverá a menor possibilidade de guerra.

– Certo. – mais uma vez ela concordou prontamente, e o marido voltou o olhar para ela de novo. Daquela vez, ele a olhou dos pés à cabeça e depois parou numa parte bastante específica do corpo da mulher. – R-Rayan! O que está olhando?!

Ele franziu o cenho e praticamente se abaixou na direção dos seios dela.

– Como é que você consegue escondê-los tão bem?! – ele fitou o corpo dela mais intensamente, no mesmo instante ela cobriu-o com as mãos, dando um passo para trás.

– Pare com isso, Rayan! Que coisa feia!

– Ei! Eu sou seu marido, tenho direito de saber os detalhes. – Rayan aproximou-se dela, puxando-a pela cintura, mas ela não tirou as mãos da frente do corpo.

– Rayan!!!

Ele deu uma risada debochada e segurou os pulsos dela para tirá-los do caminho, vendo a esposa corar absurdamente com o movimento.

– Agora vamos checar isso aqui... – a voz dele surgiu num tom totalmente sem-vergonha.

– EstamosnoacampamentoRayan! Parecomisso!!!

– Eu só vou conferir! – disse ele, curvando-se para puxar a gola da camisa, mas no mesmo instante, eles foram interrompidos por uma voz que adentrava a cabana.

– Senhor...

Rayan se virou para dar de cara com a expressão totalmente surpresa de Baldr ao encará-lo naquela posição suspeita com Athena. O capitão parou no lugar em que estava, um pedaço de papel na mão.

– Eu acho melhor voltar depois... – ele disse, já dando as costas.

Athena praticamente desmaiou com a situação, Rayan se apressou em correr até o capitão e segurá-lo pela gola da camisa, puxando-o brutalmente de volta para a tenda.

– Deixe de pensar besteiras, seu idiota. – disse, ainda arrastando-o para dentro, praticamente empurrand0-o na direção de Athena. – Mostre respeito com sua futura rainha.

– Com... o quê?! – imediatamente os olhos azuis pousaram sobre o rosto absurdamente vermelho de Athena. Ele não teve como completar a frase, Rayan deu-lhe um tapa na nuca com força que o fez praticamente se curvar.