XXIII. Um Aliado e Uma Cura

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Athena arregalou os olhos ao ouvir a voz conhecida. Os acontecimentos que se seguiram foram tão rápidos que ela não conseguiu processar. O guarda que tinha acabado de chegar moveu a mão para empurrar Qiana contra Athena, tirando ambas do caminho enquanto avançava para atingir os outros dois.

Ele golpeou o primeiro guarda com força na cabeça e agarrou-lhe o pescoço, chutando na lateral da barriga onde a armadura não cobria, fazendo-o cair inconsciente. O segundo guarda avançou em sua direção, puxando a espada, e o guarda desconhecido fez o mesmo para bloquear o golpe, levantando a perna para chutar o outro na altura das coxas com força, batendo então com o cabo da espada no rosto dele que caiu nocauteado.

Qiana e Athena estavam encostadas à parede, sem saber exatamente o que fazer, quando finalmente o guarda tirou o capacete e revelou o rosto conhecido a Athena, fazendo Qiana contorcer a expressão em surpresa.

– Ilithia?!

– Mas você só me dá trabalho, hein! – Ilithia jogou o capacete no chão, cansada e suada com aquela armadura, o corpo exausto e dolorido de tudo o que tinha passado até ali. – Vamos embora, tenho que levá-la de volta ao acampamento antes que seu marido resolva abrir fogo contra Ekran. Por que tinha que ser capturada, hein? Só me dá trabalho, só me dá trabalho!

– Não fala assim, sua boba! Eu estava muito assustada mesmo! – Athena praticamente se jogou para abraçar a amiga, e Ilithia pousou a mão no topo da cabeça dela.

– Está tudo bem, vou te tirar daqui.

– Q-Quem é...? – Qiana finalmente encontrou a voz no topo da garganta e apontou para a morena, o rosto corado. – Tem mulheres no seu exército?

– Não deveria ter, mas é uma longa história. – disse Athena, acenando a mão rapidamente, apontando então para Ilithia. – Essa é a minha amiga, Ilithia. Illy, essa é a princesa de Ekran, Qiana.

– Sem querer ser desrespeitosa e sem querer ouvir a conversa inteira, eu acho que devíamos nos apressar. – disse Ilithia. – Vamos logo, preciso tirar você daqui.

– Por aqui. – Qiana se adiantou para abrir as portas.

– Mas devíamos voltar pelo corredor...

– Não discuta, Illy, vamos logo! – disse Athena, puxando Ilithia para dentro do quarto, seguindo Qiana e fechando a porta ao passar.

– O que estamos fazendo aqu-

Ilithia parou de falar ao ver o enorme quarto com uma cama no meio. Fechou a porta e ficou de guarda ali enquanto Qiana corria pelo quarto até o espaço da lareira e Athena, movida sabe-se lá pelo quê, seguiu até a cama para dar uma boa olhada no homem que estava deitado ali.

– Athena, o que você está fazendo? – Ilithia se aproximou da amiga, olhando brevemente para o homem que estava num estado bem abatido. – Quem é esse...?

– Ele é o rei de Ekran, é porque ele está doente que não está respondendo as mensagens de Aspen. – respondeu Athena.

– Ele... o rei?! – a morena perguntou, surpresa com a informação que estavam no quarto do regente, e deu uma boa olhada ao redor. – Não devíamos estar aqui!

– Essa é a única saída que não está vigiada pelos guardas. – a resposta veio de Qiana e Ilithia se virou para a jovem princesa para ver que ela estava tendo dificuldade em empurrar uma parede falsa ao lado da lareira, depois de destravá-la com uma alavanca acima da lareira. – Droga, será que está emperrada?

– Eu ajudo. – disse Ilithia, aproximando-se para ajudar a morena a empurrar a porta, que com um tranco, mostrou um corredor longo e escuro que dava numa escadaria.

A Tough War [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora