XXV. Uma Resolução e Um Descanso Merecido

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Athena sentiu a lâmina pressionar mais contra a sua garganta e a única coisa que ela conseguiu fazer em resposta foi fechar os olhos com força, como se seu destino já estivesse selado diante da declaração do Conselheiro. Mas um pouco distante, ela ouviu a voz conhecida do marido chamando por um nome específico.

– Cáel?

Rowan mal teve tempo de assimilar o chamado de Rayan, quando virou o rosto na direção do segundo príncipe, só avistou o arco desarmado depois de disparar uma flecha, e a dor excruciante no braço que segurava a adaga, com a flecha atravessada perto do ombro.

No instante seguinte, Athena caiu ao chão e os próprios guardas de Ekran nem esperaram por uma segunda ordem do rei para avançarem contra Rowan e executarem a ordem de prisão, a despeito de todas as tentativas do conselheiro de distorcer a situação.

Rayan não perdeu tempo em jogar a espada no chão e correr até onde Athena tinha caído, assim como Cáel seguiu para ajudar Ilithia. Os demais guardas de Aspen que tinham acompanhado os comandantes embainharam as espadas e se alinharam próximo às entradas do salão, atentos a qualquer ordem de Rayan. O rei de Ekran deu uns passos a mais para frente e sentou-se em seu trono, falando rapidamente com um dos guardas ao seu lado que saiu do salão às pressas.

– Você veio! Mesmo!!! – Athena se agarrou às roupas de Rayan, deixando as lágrimas escorrerem livremente, enquanto o homem a envolvia firmemente nos braços. – Eu estava com tanto medo, Rayan!

– Não se preocupe, nós vamos pra casa agora. – ele respondeu, pousando os lábios na testa dela, voltando o olhar para a perna machucada da esposa. – E dessa vez, você nunca mais sai do castelo.

– Eu não me importo, não quero mesmo sair! – a outra devolveu, agarrando-se ao pescoço do marido que facilmente a levantou em seus braços, voltando-se para o rei.

Cáel também se abaixou ao lado de Ilithia, olhando o rosto dela, o olho ainda roxo por causa do soco do dia anterior, e agora adicionado de cortes e arranhões.

– Você está bem? Ilithia? – estendeu as mãos para tocar os ombros dela, e com esforço a morena o encarou de volta.

– Não. – ela respondeu, forçando um sorriso. Se Cáel e Rayan estavam ali, ela não tinha que ficar mais tão alerta. Agora parecia que tudo estava pesando em seu corpo, principalmente em sua mente cansada.

– Não devia ter feito isso, não devia ter vindo! Você poderia ter morrido! – ele reclamou, levando a mão até o queixo da mulher.

Está atrasado, Cáel... – o tom de voz dela foi quase um sussurro, e fechou os olhos, deixando o corpo fraco cair totalmente nos braços dele, inconsciente.

Ele se alarmou ao segurar a mulher em seus braços, demorando um pouco a notar a respiração calma que indicava que estava apenas desmaiada, provavelmente de exaustão. Ele apoiou um joelho no chão e encostou a cabeça dela no seu ombro, levantando então o rosto para ver que Rayan tinha se voltado na direção do regente de Ekran.

– Se me permite, Vossa Alteza, gostaria de esclarecer alguns problemas causados durante a nossa chegada. – disse Rayan, ainda com Athena nos braços.

– Por favor. – ele ergueu a mão para que Rayan silenciasse. – Eu que deveria tentar esclarecer as coisas, mas ainda não sei tudo o que aconteceu. Sei que nosso reino está em ameaça de guerra contra Aspen, e tenho plena certeza de que essa ameaça não foi expedida por mim. Peço desculpas pelo transtorno causado enquanto meu conselheiro estava no controle. Tenho um tratado de paz com o Rei Heidrich há mais de dez anos que não pretendo quebrar agora, e gostaria de esclarecer isso diretamente com ele, mas a minha saúde ainda não permite.

A Tough War [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora