Primeiro ano, Ensino médio. (IV)

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- Ei Olivia, porque nunca me contou que você e Peterson já se beijaram?

Estávamos na sala de informática e Olivia olhava um blog de moda.

Ela se virou pra mim com a boca um pouco aberta e olhos arregalados.

- Bom, foi só uma brincadeira, não achei que fosse importante - ela disse levantando os ombros.

- É, mas você sabe que eu gosto dele, esse tipo de coisa você tem que dizer.

- Melanie, não pira tá legal? Isso é só uma paixãozinha e o nosso beijo foi uma brincadeira de criança, não tem importância - Disse brava.

Fiquei quieta porque estava magoada por ela dizer que o que eu sentia por Peterson era só uma paixãozinha e preferia não brigar com Olivia, por mais que estivesse chateada.

Ficamos em silencio por muito tempo e quando a aula acabou andamos em direção aos nossos armários lado a lado ainda quietas.

- Me desculpe, Ollie - Disse quando paramos em frente ao seu armário - Eu fui idiota, você não tem que me dar satisfação nenhuma.

- Tudo bem Mel, só quero que saiba que eu achei que realmente não era algo importante - ela disse suspirando - E se você gosta realmente dele não adianta ficar com ciúmes, você precisa dizer isso a ele.

- Eu sei, foi só infantilidade minha e eu quero me tornar amiga dele antes de dizer alguma coisa.

- Certo, mas só não se torne amiga demais hein, ninguém quer ficar para sempre na zona da amizade.

- Quem está na zona da amizade? - Matt perguntou surgindo atrás de mim, ele me analisava de uma forma estranha.

- Bom, ninguém, eu espero - disse sorrindo - o que vão fazer agora?

- Vamos comer alguma coisa, quer ir? - Perguntou Matt inocentemente.

- Não obrigado, vou pra casa, até amanhã - Respondi indo em direção à saída.

- Até amanhã Mel - Responderam quase que sincronizados.

- Até - respondi com um ultimo olhar pra trás e sai pela porta dupla.

O dia ainda estava nublado e seria uma ótima tarde para ficar em casa e ver um bom filme.

Chegando em casa fiz café e fui procurar na estante da sala de estar um filme que fosse razoavelmente bom para assistir, encontrei um que me atraiu pelo nome "Sociedade dos poetas mortos", não parecia ser o tipo de filme que meu pai assistiria e vendo a sinopse percebi que era totalmente diferente do que eu imaginei, então decidi assistir ele mesmo. Preparei uma pipoca de micro-ondas e vasculhei minha bolsa atrás do meu celular.

Como tínhamos uma TV apenas na sala de estar teria que assistir ali mesmo e o sofá não me parecia mais confortável do que o chão onde havia um tapete grande e felpudo, então peguei um edredom e me joguei no chão, uma caneca em uma mão, um pote com pipoca ao meu lado e meu celular no outro, assisti o filme com atenção e sinceramente chorei sem parar nas partes mais tristes, era muito inspirador, o tipo de filme que te inspirar a ser exatamente o que você é, simplesmente sublime.

Quando o filme acabou ainda fiquei sentada enquanto passava os creditos, comendo as ultimas pipocas do pote e entrei na internet pelo meu celular.

Um sorriso surgiu nos meus lábios e uma felicidade esplendorosa encheu meu peito quando eu vi uma solicitação de amizade de Peterson. Eu ainda sorri por alguns minutos tentando ter certeza que era real antes de finalmente aceitar.

Não me abandoneOnde histórias criam vida. Descubra agora