Primeiros ano, Ensino médio. (X)

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O domingo pareceu passar voando, acordei no horário do almoço, o mesmo horário em que meu pai saiu e aquele foi mais um deprimente dia da minha vida que passei da melhor forma possível, assistindo a filmes melosos.

Por que o amor não podia ser como nos filmes? Com um início calmo, um envolvimento avassalador e depois o felizes pra sempre? Por que tinham que existir louras com cara de anjo pra atrapalhar as coisas? Por que afinal de contas eu gostava tanto daquele garoto?

A tarde passou rapidamente e a noite chegou de mansinho, mas também partiu em disparada.

Acordei na segunda com nenhuma mínima vontade de ir para a escola, mas eu me obriguei a me levantar, coloquei minha melhor roupa e decidi que iria bancar a despreocupada.

O dia estava lindo e me esforcei pra me animar com isso, caminhei tranquilamente até a escola tentando evitar o inevitável.

Pedi um café como sempre e me foquei em ler um livro, inevitavelmente vi o momento em Peterson chegou, sentou em uma mesa não muito longe e ficou olhando pra mim, fingi estar concentrada, mas eu não conseguia me focar nas pequenas letras.

- Hey! - Olivia cumprimentou se aproximando - Não entrou na internet ontem, quero saber o que aconteceu, me conta tudo - Disse animada.

- Foi um desastre Ollie - Respondi desanimada - Pior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

- Não é possível que tenha sido tão ruim assim.

- Nós quase nos beijamos - Admiti com nostalgia.

Ela abriu um sorriso maravilhoso que logo depois se desfez.

- Pera aí, tem um quase nessa frase - Disse tentando entender - Por que não se beijaram?

- Porque apareceu uma garota, super bonita, que atrapalhou tudo - Disse beirando a histeria.

-Aí - Disse fazendo careta - Isso é ruim, bem ruim.

- É e pra piorar a situação, um garoto pediu pro Peterson me dizer que queria ficar comigo - Disse mostrando minha incredulidade.

- E o que o Peterson disse sobre isso? - Perguntou Ollie entretida, aposto que aquilo tudo parecia uma novela pra ela, só faltava a pipoca.

- Nada! Ele não disse nada! - Respondi - Eu não fiquei com o garoto, mas vi Peterson agarrando a garota que nos atrapalhou.

- Aí - Disse Olivia novamente sentindo minha aflição - Gente, isso é uma loucura! - Disse sorrindo - Pelo menos agora você tem algo interessante a dizer do seu fim de semana - Disse brincando.

- Eu preferia não ter nada pra contar - Disse sentindo a tristeza voltando - Isso dói, dói pra caramba cara, não quero mais gostar dele - Disse feito criança emburrada.

- Acabou de chegar na parte difícil amiga, ou você passa por cima disso ou desisti, a decisão é sua.

- Já tomei minha decisão, eu desisto! - Disse dramaticamente.

- Tá bom - Disse rindo - Quero só ver! Não é tão fácil assim Mel.

- Não deve ser tão difícil, afinal a gente nem tem nada - Disse me esforçando para acreditar nas minhas palavras.

O sinal bateu rapidamente e fomos pra sala, eu até tentei prestar atenção na aula de Matemática e toda aquela história de PI, mas minha mente sempre divagava sendo invadida pelas lembranças da festa, daquele quase beijo que eu tenho certeza que seria maravilhoso e de cada detalhe da semana anterior.

Queria mesmo esquecer Peterson, sabia que tudo isso me levaria direto para um poço de magoas, entretanto havia um frenesi dentro de mim que eu não sabia explicar, era aquela vontade de viver um romance, de conhecer outras sensações além das que tive até aquele dia, era uma vontade que meu coração tinha de correr perigo e sair da minha zona de conforto e era uma vontade sobre a qual eu não tinha mais controle, mas mesmo assim não seria nada fácil.

Não me abandoneOnde histórias criam vida. Descubra agora