Dias atuais, Terceiro ano. (XVII)

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Para Melanie, minha Mel.

Não serão fáceis as palavras que vou dizer aqui e não espero me redimir por tudo com elas, é apenas uma forma de explicar o que é difícil dizer.
Antes de qualquer coisa eu queria te dizer de novo, Mel, que eu amo você, como nunca amei ninguém, mais do que qualquer outra coisa na minha vida.
Eu sei que te fiz sofrer e que nunca vou merecer o que você sente por mim, mas é importante que você saiba que tudo o que fiz foi porque eu amo você e mesmo sabendo que foi uma grande burrada eu faria de novo para te proteger.
Quando você me contou o que te aconteceu eu simplesmente surtei, primeiro senti uma fúria inigualável e logo depois me senti extremamente culpado por não ter impedido. Sei que é besteira, sei que não haveria nada que eu poderia fazer estando longe, mas mesmo assim, me senti a pior pessoa do mundo.
Quando a gente ama, a primeira coisa que queremos é ver a pessoa que amamos feliz e ver você naquele estado simplesmente me destruiu e se eu tivesse a chance de impedir de acontecer novamente eu faria qualquer coisa. Foi por isso que me separei de você.
Naquela noite, quando me contou tudo, encontrei seu pai na sua casa, ele ficou fora de si ao me ver ali, era de se esperar, disse que eu estava estragando sua vida e senti que parte do que ele disse era verdade.
O encontrei novamente semanas depois, quando fui te levar em casa depois de você ter aparecido na minha sem nenhum aviso, fiquei irritado naquele dia porque queria que seu pai me aceitasse, queria fazer isso por você, para ve-la bem, mas seu pai não me aceitou e acho que nunca vai, só não entendo muito bem o porquê.
Naquele tarde, Mel, seu pai me deu um belo de um soco e mais um monte de lição de moral, estava absurdamente bêbado e ameaçou fazer algo que me abalou completamente. Se eu não me afastasse de você selaria seu destino como o pior possível e mesmo tentando convencer seu pai eu já havia decidido sair da sua vida, só assim você viveria em paz sem seu pior pesadelo voltasse, só assim você teria a chance de terminar o ensino médio e seguir para a faculdade que tanto queria.
Naquela tarde, Mel, as palavras de seu pai foram exatamente as seguintes.
"Você não serve para minha filha, quero que fique longe dela seu moleque, da próxima vez eu não vou mais avisa-lo! Da próxima vez vou manda-la de volta para a mãe e você nunca mais a verá."
Pensar que ele poderia cumprir isso acabou comigo, Mel, como eu poderia continuar com você sabendo que ele poderia fazer isso? Tive que escolher entre te manter a salvo de um maníaco e ficar com você, sei bem que seu pai nunca foi o mais estruturado, mas você não podia voltar para sua mãe, eu sei disso, você sabe, mas seu pai não sabia, então apesar de não entender os motivos do ódio dele, não posso culpa-lo por tudo isso.
Pode me odiar por ser fraco, apenas não consegui pensar em nenhuma forma de reverter isso, Mel e proteger você era minha prioridade, acima de qualquer coisa.
Me desculpe por tudo o que eu disse, por te-la feito se sentir mal, por ter te magoado, não tenho palavras suficientes para me desculpar, só espero que essa carta tire um peso de cima de você, Eu te amo, Melanie, isso nunca mudou.

Do idiota que você chama de Peet.

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Sentei na cama com o papel amassado em mãos, as lágrimas já caiam sem restrição e meu coração atingia uma nova velocidade de batimentos.

Peet havia saído naquela tarde enquanto eu descansava depois do almoço, ele disse que iria até minha mãe, ver se ela estava bem e tentar convencer a voltar conosco.

Já estava quase escurecendo agora e ele não havia voltado. Depois que ele saiu eu tomei um banho, comi na lanchonete perto do hotel e só quando voltei percebi a carta no criado mudo, não sabia do que se tratava quando comecei a ler e agora ao mesmo tempo que me sentia aliviada com essa verdade, me sentia completamente derrotada, Peterson e eu havíamos perdido quase um ano inteiro por uma ameaça de meu pai e mesmo sabendo que teve um honroso motivo para ter feito o que fez as feridas que Peterson me causou ainda estavam abertas e doloridas.

Me sentia completamente abalada e a demora dele me deixava ainda mais transtornada, depois de ler a carta chorei pelo que me pareceu horas e quando o relógio marcava 21h00min me desesperei imaginando que algo muito ruim havia acontecido.

Não teria nem a chance de me entender com Peet novamente, acabaríamos assim, sem que eu nunca pudesse agradece-lo por me proteger ou lhe bater por ter sido um idiota. Desesperada peguei meu telefone e disquei seu número esperando que ainda fosse o mesmo.

- Droga, Peet! - Os soluços já tomavam conta de mim - Atende o telefone.

Ouvi a música perturbadoramente conhecida vindo do lado de fora do quarto. Me apressei até a porta e a abri rapidamente. Peterson estava ali parado colocando o telefone no ouvido, não esperei nenhum movimento seu, apenas me atirei em seus braços sentindo a necessidade de te-lo junto a mim.

- Eu te amo seu idiota - Disse ainda entre lagrimas.

Ele me segurou em seu colo, me ajeitando para olhar nos meus olhos.

- Eu também te amo, Mel, mais que tudo - Disse sorrindo e também com lágrimas e me beijou parecendo tão desesperado quanto eu.

Ele me carregou em seu colo para dentro do quarto empurrando a porta com um chute.

- Achei que tivesse acontecido alguma coisa - Disse sentindo a dor no meu peito em imaginar perde-lo de novo.

- Eu estou bem - Disse me beijando de novo e de novo - Estou bem aqui, Mel e não vou a lugar nenhum.

Eu o beijei intensamente com as mãos em volta de seu pescoço, em questão de segundos ele estava sem camisa e estavamos sobre a cama, nos atacando ferozmente.

Sentia muita falta daquilo, seu jeito romântico, mas feroz ao mesmo tempo, era tudo o que eu queria naquele momento.

- Ah como eu amo você Melanie - Sussurrou em meu ouvido depois de tirar minha blusa.

Suas mãos passavam pela minha pele causando um grande frenesi.

- Não me deixe - Disse com lágrimas de felicidade - Nunca mais - Implorei.

- Nunca - Disse me olhando nos olhos.

Não me abandoneOnde histórias criam vida. Descubra agora