Primeiro ano, Ensino médio (II)

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No dia seguinte acordei cedo com um estrondoso barulho de chuva, estava frio e antes de me levantar me encolhi por um tempo de baixo das cobertas, estava feliz, nem mesmo um dia nebuloso como esse estragaria minha felicidade, apesar de Peterson nem ter dado as caras na internet, hoje eu iria vê-lo e falar com ele, por mais que ele não quisesse isso.

Finalmente me levantei e tomei um banho gostoso, me troquei rapidamente e pensei em fazer algo diferente com meu cabelo preto que se estendia até metade das minhas costas, sempre o usava amarrado em um rabo de cavalo, o que era muito mais confortável nos dias quentes, mas como estava frio e eu tinha um motivo pra pelo menos tentar parecer interessante deixei meu cabelo solto mesmo, torcendo para que ele não armasse.

Minha intenção era fazer algo para comer no café da manhã, mas quando olhei para o relógio desisti e sai de casa indo rapidamente para a escola debaixo de um guarda-chuva que mais parecia de criança, a escola não era muito longe de casa, mas mesmo assim eu consegui ensopar quase totalmente a barra da minha calça jeans.

Depois de passar pelo portão da escola eu andei o mais rápido possível para chegar logo ao abrigo perto da cafeteria, fechei o guarda chuva, o guardei na proteção de plástico e o joguei dentro da mochila. Senti alguém se aproximar por trás de mim, enquanto fazia isso, imaginei ser Olivia ou Matt, mas quando não ouvi nenhuma das duas vozes conhecidas me virei curiosa.

- Oi - Me cumprimentou me analisando profundamente.

Eu levei um tempo pra assimilar as coisas, achei que seria eu que teria que ir atrás dele e que difícil poderia fazer isso fora da aula de literatura, mas ali estava parado me olhando.

- Oi, tudo bem? - perguntei um pouco constrangida.

Ele apenas acenou com um meio sorriso.

- Quer tomar um café enquanto não começa a aula?

Meu coração disparou, ele estava falando comigo, como se fosse algo normal, fiquei tanto tempo imaginando suas palavras rudes que não conseguia agir de acordo com essa situação, estava quase enlouquecendo.

- ãhn, claro - tudo o que eu queria era um café - tudo que eu quero agora é um café.

Sorri tentando fingir que não era nada estranho, ele sorriu também parecendo meio receoso.

Fomos à cafeteria e ele pediu dois cafés pretos grandes, o que era exatamente o que eu queria, nos sentamos em uma mesa mais afastada por insistência dele.

- Me desculpe, nem perguntei qual tipo você gostaria - se desculpou assim que nos sentamos.

- Tudo bem, eu queria mesmo café preto.

Eu queria lhe perguntar tanta coisa, mas tive medo, não sabia até onde ele seria gentil.

- Pensei bastante na nossa história - ele disse e eu me desesperei, as palavras "nossa história" ecoaram na minha mente e eu sabia que realmente estava enlouquecendo - Nós precisamos colocar uma menina bonita na história, isso seria um ótimo apelo.

Tentei concentrar minhas ideias, precisava esquecer por alguns minutos que eu estava completamente apaixonada por ele e simplesmente me comportar normalmente.

- É sim, desviamos colocar, mas como podemos?

- Ela pode ser a viúva sofrida, ou a assassina perigosa.

- Ou as duas coisas - eu disse em tom de mistério e nós dois rimos.

- É uma ótima ideia, já temos nosso apelo sexual e nosso assassino.

- Mas não temos um motivo e temos que deixar claro as características físicas dela.

- Sim claro, pode ser um caso de adultério por parte dele.

Não me abandoneOnde histórias criam vida. Descubra agora