Shivani Paliwal
Aquela já era meu nono copo. Ou oitavo? Talvez décimo? Não, acho que eu saberia se tivesse completado duas mãos. Talvez eu devesse contar. Será que eu lembrava como contar?
Estendi as mãos na frente do meu rosto.
6 dedos? Cadê os outros!?
Ah, ufa! Eles estavam em volta do copo, aqueles danados...
Espera, de quem era aquele copo mesmo?
Ah, não importa!
Dei de ombros e coloquei pra dentro o líquido avermelhado do vidro.Talvez eu tivesse exagerado na bebida. Não me lembro. Eu só lembrava de me sentar no canto da festa e olhado em volta daquele ambiente apenas iluminado por luzes coloridas e brilhantes, e aqueles globos de discoteca no meio da pista. Uma multidão dançava na sala gigantesca de Savannah, cantando junto com as músicas e bebendo como se não houvesse amanhã.
Eu não gosto de beber. Bem, não gostava, pelo visto.
Eu nem tinha tempo para isso, na verdade. Noah e eu sempre íamos para a pistas nas festas e ficávamos lá, dançando desajeitadamente até amanhecer, fazendo passos sem sentidos e toscos.
E quando estávamos exaustos, com as pernas tremendo por causa do espetáculo que fazíamos em toda e qualquer oportunidade, enchíamos a pança com salgadinhos — já frios — que restavam.Eu gostava dessas festas. Gostava de todas em que ele estava comigo.
Até então, eu estava determinada a não ficar triste, e tinha tido um vislumbre de uma noite fantástica, dançando a beça com minhas amigas e talvez até me divertir com Bailey. Nem que ficássemos sentados a festa inteirinha, apenas implicando um com o outro ou fazendo comentários dos péssimos dançarinos, mesmos sabendo que dançaríamos de forma muito pior. Eu não me importava de que maneira passaríamos aquelas horas, eu tinha apenas a certeza de que nos divertiríamos, com o que quer que decidíssemos passar nosso tempo.
Mas ele me despachou. Na primeira oportunidade de sair de perto de mim, Bailey simplesmente se foi.
E doeu. Era até estranho como tinha doído.Quebras de expectativas, certo? Acho que a sensação é sempre assim.
Ou talvez houvesse algo mais, algo que eu estava sem cabeça para tentar descobrir o que era.Logo depois disso, cumprimentei alguns amigos e até tentei ficar na pista um pouco, mas eu já estava tão pra baixo — e não tinha se passado nenhuma hora.
Frustrada, fui até um canto e me joguei em uma das poltronas brancas — que, sem dúvida, valiam o meu rim — e que com certeza fariam Savannah perder a cabeça caso algum engraçadinho as sujasse.
Fiquei olhando ao redor, para aquele ambiente tão animado, preenchido por barulho e alegria. E lá estava eu, num canto isolado, pensando em como eu queria reverter o jogo e aproveitar a oportunidade de me divertir bem diante de mim. Mas a motivação era zero, e eu também não queria ficar com cara de muchocho na festa da minha melhor amiga.
E então, quando eu já estava decidida a voltar para o quero de Savannah, escondida, Sofya se aproximou dançando.
— O quê você tá fazendo aí de molho? Vamos pra pista! — Ela disse, dando um gole na bebida rosada em sua mão em seguida e fazendo careta. – Hmm... Droga. Está com com álcool e eu fiquei de levar a gente pra casa. Toma, eu pego outra pra mim.
E sem me dar brecha, ela simplesmente colocou o copo na minha mão.
— Ah, eu não beb...
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Lugar Seguro - Shivley Fanfic
FanfictionApós a tragédia que tirou a vida do seu primo e melhor amigo, Bailey May se vê num difícil dilema: dar suporte aos seus amigos e família enquanto tenta - com muito esforço - seguir em frente. Em seu desespero por utilidade para com as pessoas que lh...