Lugar Seguro - Shivley Fanfic

Capítulo 15

Shivani Paliwal

Eu nem sabia o quanto estava sentindo falta daquele abraço até sentir os braços carinhosos de Linsey em volta de mim, me apertando de forma tão fraternal e terna que sair daquele momento me parecia uma ideia estúpida.

— Você veio! — ela exclamou logo que nos afastamos um pouco. — Nem acredito! Eu jurava que você nem entraria no carro sem saber pra onde meu primo estava te levando!

Eu ri.

— Me passou pela cabeça sacudi-lo até que me dissesse, mas eu estava curiosa demais. Jamais imaginaria que ele me traria até aqui.

Seu sorriso vacilou, se transformando numa expressão séria.

— E... você viria se soubesse? — sua voz soou baixa, ainda assim denunciando sua inquietação. — Eu... acho que não tinha pensado muito bem, eu... não queria te pressionar a vir aqui.

— Oh, não! — me apressei em dizer, segurando seus braços e sorri. — É claro que eu viria, Lin. Do que está falan...

Mas então eu me ocorreu. Na última vez em que eu estive naquela casa Noah ainda fazia parte desse mundo.

Eu não tinha me dado conta disso até aquele momento, até que minhas mãos se soltaram dos braços de Linsey lentamente enquanto essa informação era processada no meu cérebro. E doeu. Acho que fiquei um minuto inteiro sentindo como se uma bigorna houvesse caído sobre o meu peito de repente, tendo a sensação de que a atmosfera tinha ficado um trilhão de vezes mais pesada do que um segundo antes, mas tive que me obrigar a soltar o ar que eu nem sabia que estava prendendo e focar a visão na garota em minha frente.

— Ah... —  foi tudo o que consegui dizer.

Meus sentidos voltaram a funcionar. Talvez eu não tivesse tido tempo para entender o que estava acontecendo. No momento em que cheguei com Bailey, estava atordoada demais tentando fugir da situação desconfortável em que me coloquei e depois ocupada demais em estorqui-lo, e no momento seguinte, estava sendo quase sufocada pelo abraço de Linsey.

Mas agora eu estava raciocinando, e a sensação de estar ali não foi exatamente boa, nem exatamente reconfortante. Era mais como se um questionamento pairasse no ar, entrando em minha mente e me fazendo imaginar cenários vividos e outros que eu talvez algum dia viesse a viver, mas que não aconteceriam. Não mais. E a pergunta de como poderia ter sido estava ali, me torturando, deixando meu coração inquieto e pesado, evidenciando o vazio que eu vinha me esforçado tanto a preencher. Ou bem, ocultar. No entanto, o nome disso eu já sabia. Era saudade. E o peso da ausência às vezes era maior do que eu podia suportar.

Linsey rapidamente pegou minha mão e se sentou no enorme sofá da sala de estar, fazendo com que eu fizesse o mesmo. Eu quase podia ler sua mente.

"Se fizermos algo rápido, se eu ocupá-la com alguma outra conversa, talvez ela não pare pra pensar em Noah."

Bom, era meio tarde.

— Mas me conta, o que você tem feito? —  Ela pousou a mão carinhosamente sobre meu colo. — As últimas semanas foram tão corridas por aqui...

— Ah, nada demais. A escola tem ocupado praticamente todo o meu tempo.—  Dei de ombros, erguendo os olhos para ela.

Minha nossa, Linsey estava... verde?