Lugar Seguro - Shivley Fanfic

Capítulo 29

Prometo parar de demorar a postar capítulos!
Com carinho,
autora :)

Bailey May

Vale das Estrelas - 4 anos trás

— Ah! — ouvi Linsey bufar. — Já estamos chegando? Papai e mamãe disseram que não era para nos afastar demais do acampamento.

Olhei para frente, para o caminho um pouco íngreme que tínhamos que enfrentar e lutei contra a vontade de bufar também. Já devia fazer uns vinte minutos que estávamos subindo o vale que — de acordo com Noah — nos levaria para a experiência mais mágica de nossas vidas, onde o "céu nos presentearia com um espetáculo brilhante e lindo".
Olhei para cima por um instante, onde consegui ver apenas as folhas das árvores tampando toda qualquer visão do "espetáculo" que meu primo insistia que testemunharíamos.

Contávamos apenas com a parca iluminação de lanternas enquanto a escuridão da noite nos engolia naquela espécie de floresta no ladeirento morro.

Estávamos longe dos nossos pais, da segurança do acampamento e muito, muito distantes de casa. Era bom mesmo que aquilo valesse à pena.

— Estamos chegando, prometo — Noah, que estava à frente de todos, assegurou e apontou para frente. — O topo é logo ali, já já chegamos.

— Acho que minha perna vai virar geleia — Linsey resmungou ao meu lado, subindo aos tropeços.

— Quer apoio? — Shivani, que caminhava bem ao lado de Noah, se virou para trás e sorriu para minha prima.

— Não, não precisa. Qualquer coisa há sempre o Bailey para usar de suporte.

Todos deram uma risada fraca, menos eu. Andar sem saber para onde estávamos indo estava me dando nos nervos.

— Você sequer tem um mapa ou um GPS, Noah? — perguntei já irritado demais com a ideia de me perder.

— Confie em mim, eu sei para onde estou indo. E parem de ser tão impacientes, eu garanto para vocês que será...

— A experiência mais mágica das nossas vidas — falamos em coro. Já tínhamos ouvido aquela frase mais vezes do que poderíamos contar.

Mesmo de costa, eu sabia que Noah havia sorrido.

— Que bom que sabem.

Caminhamos por mais alguns minutos. Eu podia ver Shivani e Noah brincarem um com o outro. Um empurrãozinho aqui, outro ali e depois a risada alta de Noah suceder algum comentário engraçado de Shivani que só os dois sabiam do que se tratava.
Tinha sido assim naqueles últimos oito anos. Os dois pareciam viver em uma bolha, completamente isolados do resto do mundo, alheios à possibilidade de que também haveria alguém querendo saber da piada, alguém querendo ser parte daquilo, daquele mundo fechado e feliz que eles criaram para si e que ninguém mais poderia entrar.

Depois de alguns minutos caminhando, Shivani diminuiu a velocidade dos passos e se aproximou de mim. Meu corpo inteiro se retesou, e eu já me perguntava o que é que ela iria dizer.

Aquilo era possível? Ficar irritado apenas com a aproximação de um ser humano?
Porque era irritação, só poderia ser.

— Posso pegar um pouco da sua água? — Ela apontou para a garrafinha pendurada em minha cintura. Seus olhos castanhos brilhavam no breu da floresta e, apesar do cansaço nítido, o sorriso não deixou seu rosto nem por um segundo.

Bufei baixinho antes de pegar minha garrafa e entregar em sua mão.

— Já sei, já sei. "Ah, Shivani, você deveria ter trago a sua." — Ela disse, uma tentativa falha de tentar me imitar. — Bem, não trouxe. Então obrigada por ser gentil.