Shivani Paliwal
Abri meus olhos pesados aos poucos, sentindo minha cabeça doer levemente a medida que minha visão tomava foco e eu enxergava a aurora pela enorme janela a minha frente. O Sol nascia em toda sua glória no céu pintado de amarelo e azul, manifestando as primeiras horas do dia. Era quase como se dissesse "olá".
Não pude evitar sorrir.Percebi que me deitava sobre uma superfície num tanto irregular, que subia e descia entre um segundo e outro.
Bailey.
Olhei para cima, tendo a visão do seu queixo e maxilar definidos. Um maxilar, me dei conta, que não tinha nada a ver com o de Noah. Perfeito, mas exatamente como o de Bailey May, e eu o adorava apenas por isso. Acho que adorava cada centímetro dele.
Ele então olhou para mim. Não encontrei sinal de dureza ou ressentimento ali, apenas um pouco de dor.
— Que horas são? — eu finalmente perguntei.
Talvez ele esperasse uma série de perguntas sobre onde ele tinha passado tanto tempo, por quê não teve a prudência de carregar o celular, por que Liz tinha saído arrasada daquele quarto, ou qualquer outra coisa, porque ele pareceu bastante confuso por um momento.
— Acho que 5h45. Você dormiu apenas por meia hora, parecia exausta.
E eu estava exausta. Haviam três dias desde que eu não tinha uma noite inteira de sono.
— Hm...
Ficamos em silêncio por um momento. Percebi que ainda estava aconchegada ao seu peito e seu braço ainda estava por cima do meu ombro, me mantendo tão perto quanto era possível estar.
Era óbvio que eu faria todas aquelas perguntas sobre seu paradeiro em alguma hora, mas não ali. Não naquela bolha confortável e familiar que criamos sem querer, onde as coisas não pareciam ter sido destruídas. Não ainda.
Faria de tudo para que aquilo durasse o tanto que pudesse, por isso perguntei o que a Shivani de sempre perguntaria:— Babei muito em você?
Surpreendentemente, ele sorriu. Era apenas um esboço de sorriso, mas foi o suficiente para me iluminar por dentro.
— Por incrível que pareça, não.
— É uma pena. Daria de tudo pra ver uma poça de baba nessa sua camisa.
Escutei uma fraca risada.
Isso, Bailey, estamos quase lá.— Você é sempre assim tão doce?
— Só com pessoas que me irritam bastante. — Eu sorri e me desvencilhei dele, apenas para poder me sentar de frente para o mesmo e não perder um segundo caso ele sorrisse para mim de novo. — Pessoas que gosto tanto que jamais poderia imaginar minha vida longe delas.
Seu rosto ficou rígido. Ele ficou mais sentado na cama, se aproximou e me olhou fixamente, como se tentasse encontrar algo no meu rosto. Algo como mágoa, ou como raiva.
Eu estava certa de que tudo que havia para ele encontrar era preocupação. Preocupação profunda e genuína com a figura exausta e triste diante de mim.— Eu não planejava sumir ou algo assim — ele disse baixinho. De alguma forma, senti que era tudo que ele me contaria naquele momento.
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Lugar Seguro - Shivley Fanfic
Fiksi PenggemarApós a tragédia que tirou a vida do seu primo e melhor amigo, Bailey May se vê num difícil dilema: dar suporte aos seus amigos e família enquanto tenta - com muito esforço - seguir em frente. Em seu desespero por utilidade para com as pessoas que lh...