Reino da Areia
As paredes escuras do pequeno cômodo escondido no castelo pareciam se fechar conforme o tempo passava ali. Sofria com o calor das terras secas, mas repletas de riqueza em minério. Tudo que quis até ali foi dar início a sua trajetória até algum lugar de prestígio no reino, em qualquer um deles, algo que pudesse levar sua família a festas requintadas. Queria mudar de vida, mesmo que fora da lei, sendo procurado futuramente por alguns reis, isso não vinha ao caso antes, não naquele dia.
Ele saiu de sua casa e encontrou o homem loiro, muito conhecido pelo reino dos Sabaku. Este homem o chamou para participar de um pequeno grupo que agiria de forma sorrateira buscando unificar algumas terras, ele não negou fazer parte, sabendo do nome de peso de ambos os participantes. O loiro lhe prometeu muito ouro e títulos, com a ajuda do parente do rei, quando tudo que o homem por trás do plano conseguisse conquistar o primeiro reino. Seus planos eram esses; fazer sua parte e depois colher o apoio de quem o convidou para o trabalho.
O ex artesão, fabricava armaduras simples para alguns soldados do exército real. Os que faziam a guarda das fronteiras, longe dos olhos da população, longe das exigências da realeza. Sem requinte, sem detalhes, um desperdício de suas habilidades mas pagava as contas de sua família, e apesar de não ser casado ainda, o jovem já sustentava uma pequena casa modesta, com os pais velhos e doentes, que pouco ajudavam nas tarefas, não queria reclamar, mas nada do que tinha era suficiente. Ele deveria fazer algo para mudar, para ter mais, para dar mais a seus pais e retribuir o que foi passado para si. O reino não fez bom uso de seus talentos e o jovem ferreiro de família humilde aceitou a missão.
Recebia o carregamento de sempre, para a manutenção e forja de novas armaduras e no meio de toda a tralha de armaduras gastas, um grande acréscimo que seria levado por ele até a divisa do reino do Fogo. O caminho era longo e deveria ser feito sem pressa, com uma pequena carroça antiga disfarçada como agregadora de porcos, cheias de ferro coberto com capim para tentar passar despercebido caso algum guarda o parasse.
Funcionou até alguns dias, ou semanas antes, quando um guarda da Lua, pediu para inspecionar a carroça, dando fim à renda extra do ferreiro e longos dias de caminhada entre os reinos. A única porta do cômodo quente foi aberta e o som do ranger das fechaduras característicos de dobraduras velhas e pouco usadas há tempos.
Achava que nada poderia ser pior que o seu transporte até o Reino da Areia, mas o tempo que havia passado ali preso com algumas cordas içando-o pelas juntas de seu corpo, pioraram um pouco sua situação. Assim que chegou foi para o ar, amarrado por nós apertados. Punhos, cotovelos, joelhos, pescoço; sendo movimentados por guardas quando bem queriam. O prisioneiro virou uma marionete e era maltratado para revelar quem o fez trair seu rei, estava farto de esconder aquilo, tudo estava perdido mesmo.
A figura conhecida, que o visitava algumas vezes, mas nunca de fato o tocou foi avistada, apenas puxava as cordas e fazia a mesma pergunta, chegou mais perto, sorriu de forma fria e mais uma vez perguntou:
— Quem fornecia o carregamento?
Não comia, não via a luz do dia. Não havia esperança, estava morto ou preso para sempre, perdeu de todas as maneiras, mas levaria consigo os homens que o levaram até ali.
— Sasori Akasuna tem contatos fora do reino e um de seus capangas veio diretamente a mim pedindo ajuda para retirar o material do reino e levá-lo até às terras Uchihas.
— Acaso saiam de sua cabana? — Kankuro passou a mão em uma das cordas puxando-a para mover o braço esquerdo do prisioneiro.
— Não senhor, há um grande galpão de madeira, escondido entre as formações rochosas afastadas do reino.

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Casulo de Seda
FanfictionHinata sabia de côr todas as suas responsabilidades como rainha, mas nenhum conselho retrógrado, um mar de exigências, regras ou futuros pretendentes poderiam parar um amor que nasceu discreto e tomou proporções gigantescas. Em um mundo onde uma mul...