Capítulo 8

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As criadas arrumavam a morena que olhava seriamente para o espelho de sua penteadeira com a sobrancelha arqueada e uma raiva que não cabia em si, Hinata observava o guarda sem jeito parado próximo a porta de entrada. Observava a face, que era normalmente pálida, tomar alguns tons de vermelho bem claro, quase imperceptível, porém ela o conhecia.

— Está bom. — Simples, dispensou as três criadas que a ajudavam aquela manhã.

Já sozinhos, a Hyuuga passou sua mão pelo cetim que contornava sua cintura por cima do belo vestido e olhou diretamente para Neji.

— Pode abrir.

— Eu quero conversar com sua alteza primeiro. — Estavam perto, mas o olhar da Hyuuga para si era arrogante como jamais foi. Sabia que estava pensando demais e atrapalhando o próprio... O que estava acontecendo entre os dois, por puro medo de algo que ainda de fato não aconteceu.

— Fale de uma vez. Tenho que organizar os estudos de Temari antes de sua chegada.

— Peço que me desculpe, majestade. — Respirou fundo para continuar. — Eu sei que me queria aqui ontem, mas meu dever é zelar por sua segurança. Ser cauteloso é o meu trabalho e agora o dobro, pois...

— Pois... — insistiu para que ele continuasse.

— Pois temos algo, e eu não quero perder isso. — Nem sua cabeça — Não quero ter que me privar de tê-la e quero muito, todos os dias... — Tirou uma mecha de cabelo da face da Hyuuga levando-a para trás de sua orelha. — Eu queria muito ficar ontem, Hinata.

— Eu sei que está assustado. Minha posição não nos favorece, mas se não vivermos isso... — suspirou deixando a frase morrer.

— Eu vou tentar ser menos paranóico, mas tente ser mais cautelosa, por nós. — Deu um passo para mais perto dela, tentando dar fim a distância que separava os dois, mesmo sabendo que ela poderia revidar de alguma forma o que ele fez na noite anterior.

Hinata só se colocou na ponta de seus pés e deixou que Neji findasse a distância de suas bocas. Sentiu a vontade dele pela necessidade de seu beijo que começou calmo, mas foi ficando mais intenso e quando a mão grande do moreno segurou sua cabeça e agarrou seus fios negros azulados a mantendo firme, enquanto sua língua dançava na sua boca. O ar lhes faltou e os obrigou a cessar as carícias.

— Estamos conversados? — Neji sorriu ao distribuir pequenos beijos na boca de Hinata.

— Estamos.

[...]

O sol estava forte no final da manhã, Temari chegaria na hora do almoço, quando a Hyuuga ouviu o barulho dos cavalos, saiu de onde estava, cruzando o grande salão para chegar à frente do castelo. Estava ansiosa para a chegada da No Sabaku, apesar de ser ela a dar aulas, queria fazer várias perguntas, queria saber o que ela viu em si para fazer um pedido tão inusitado. Os guardas abriram as portas pesadas dando a visão da carruagem de cor bege e detalhes vermelhos e dela saiu Temari No Sabaku, Hinata admirou a beleza exótica da mulher à sua frente. Todos daquele reino pareciam ser naturalmente belos, Temari possuía os olhos verdes, puxados, como uma felina. O corpo voluptuoso era marcado pelos tecidos mais pesados de linho, quando viu a rainha sorriu, subiu os degraus e a reverenciou..

— Muito obrigada, Majestade.

— Por favor, me chame de Hinata. Afinal, serei sua mentora. — A morena sorriu largo. — Venha, entre. Vou pedir aos meus criados para colocar suas malas em seus aposentos.

Hinata a conduziu até a sala de jantar e Neji as seguia apenas observando, como de costume. Conversavam amenidades, em sua maioria como eram os dias no reino da No Sabaku e que papel a princesa esperava empenhar ao lado do irmão. Temari até fez piada da proposta de Gaara, dizendo que Hinata valia muito mais que o metal nobre abundante em sua terra árida. A Hyuuga observou o semblante fechado de seu guarda e quis rir, mas conteve, resolvendo que conversaria com o moreno ciumento mais tarde.

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