As criadas arrumavam a morena que olhava seriamente para o espelho de sua penteadeira com a sobrancelha arqueada e uma raiva que não cabia em si, Hinata observava o guarda sem jeito parado próximo a porta de entrada. Observava a face, que era normalmente pálida, tomar alguns tons de vermelho bem claro, quase imperceptível, porém ela o conhecia.
— Está bom. — Simples, dispensou as três criadas que a ajudavam aquela manhã.
Já sozinhos, a Hyuuga passou sua mão pelo cetim que contornava sua cintura por cima do belo vestido e olhou diretamente para Neji.
— Pode abrir.
— Eu quero conversar com sua alteza primeiro. — Estavam perto, mas o olhar da Hyuuga para si era arrogante como jamais foi. Sabia que estava pensando demais e atrapalhando o próprio... O que estava acontecendo entre os dois, por puro medo de algo que ainda de fato não aconteceu.
— Fale de uma vez. Tenho que organizar os estudos de Temari antes de sua chegada.
— Peço que me desculpe, majestade. — Respirou fundo para continuar. — Eu sei que me queria aqui ontem, mas meu dever é zelar por sua segurança. Ser cauteloso é o meu trabalho e agora o dobro, pois...
— Pois... — insistiu para que ele continuasse.
— Pois temos algo, e eu não quero perder isso. — Nem sua cabeça — Não quero ter que me privar de tê-la e quero muito, todos os dias... — Tirou uma mecha de cabelo da face da Hyuuga levando-a para trás de sua orelha. — Eu queria muito ficar ontem, Hinata.
— Eu sei que está assustado. Minha posição não nos favorece, mas se não vivermos isso... — suspirou deixando a frase morrer.
— Eu vou tentar ser menos paranóico, mas tente ser mais cautelosa, por nós. — Deu um passo para mais perto dela, tentando dar fim a distância que separava os dois, mesmo sabendo que ela poderia revidar de alguma forma o que ele fez na noite anterior.
Hinata só se colocou na ponta de seus pés e deixou que Neji findasse a distância de suas bocas. Sentiu a vontade dele pela necessidade de seu beijo que começou calmo, mas foi ficando mais intenso e quando a mão grande do moreno segurou sua cabeça e agarrou seus fios negros azulados a mantendo firme, enquanto sua língua dançava na sua boca. O ar lhes faltou e os obrigou a cessar as carícias.
— Estamos conversados? — Neji sorriu ao distribuir pequenos beijos na boca de Hinata.
— Estamos.
[...]
O sol estava forte no final da manhã, Temari chegaria na hora do almoço, quando a Hyuuga ouviu o barulho dos cavalos, saiu de onde estava, cruzando o grande salão para chegar à frente do castelo. Estava ansiosa para a chegada da No Sabaku, apesar de ser ela a dar aulas, queria fazer várias perguntas, queria saber o que ela viu em si para fazer um pedido tão inusitado. Os guardas abriram as portas pesadas dando a visão da carruagem de cor bege e detalhes vermelhos e dela saiu Temari No Sabaku, Hinata admirou a beleza exótica da mulher à sua frente. Todos daquele reino pareciam ser naturalmente belos, Temari possuía os olhos verdes, puxados, como uma felina. O corpo voluptuoso era marcado pelos tecidos mais pesados de linho, quando viu a rainha sorriu, subiu os degraus e a reverenciou..
— Muito obrigada, Majestade.
— Por favor, me chame de Hinata. Afinal, serei sua mentora. — A morena sorriu largo. — Venha, entre. Vou pedir aos meus criados para colocar suas malas em seus aposentos.
Hinata a conduziu até a sala de jantar e Neji as seguia apenas observando, como de costume. Conversavam amenidades, em sua maioria como eram os dias no reino da No Sabaku e que papel a princesa esperava empenhar ao lado do irmão. Temari até fez piada da proposta de Gaara, dizendo que Hinata valia muito mais que o metal nobre abundante em sua terra árida. A Hyuuga observou o semblante fechado de seu guarda e quis rir, mas conteve, resolvendo que conversaria com o moreno ciumento mais tarde.

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Casulo de Seda
FanfictionHinata sabia de côr todas as suas responsabilidades como rainha, mas nenhum conselho retrógrado, um mar de exigências, regras ou futuros pretendentes poderiam parar um amor que nasceu discreto e tomou proporções gigantescas. Em um mundo onde uma mul...