Sentia-se verdadeiramente mal por não poder acordar ao lado dele. Sabia que era segredo e quais seriam as punições diante do que partilhavam, mas observar os lençóis a seu lado remexidos, denunciando a presença de um corpo ali anteriormente, agora vazio, lhe dava uma sensação de abandono.
Por mais que não fosse isso, ela queria tê-lo a hora que bem entendesse, sem medir seus movimentos ou os sons que queria proferir enquanto ele lhe dava prazer. A impressão era que tinha acordado terrivelmente melancólica, depois de mais uma noite acordada.
Levantou-se seguindo para a casa de banho anexa a seu quarto. As criadas já a esperavam com o banho quente e perfumado que iniciaria seu dia, mesmo que esse não tenha começado tão bem. Quanto mais o tempo passava, mais presa a Neji se sentia. Parecia necessário tê-lo ali apenas para respirar e isso a assustava.
Um bom reino não poderia ter um ponto fraco, e ele estava se tornando o seu. Não poderia impedir que ele fosse em alguma batalha ou missão diplomática em seu nome. Mesmo que um rei qualquer o fizesse de prisioneiro teria que se manter calma e pensar primeiro no bem estar de todos, mas sabia que daria qualquer coisa para que ele voltasse, caso essa situação acontecesse.
A esponja foi a suas costas com leveza, lavando sua pele, a mesma que ele faz questão de beijar cada pedaço com carinho. Sorriu lembrando das diversas noites que passaram juntos. Saiu da água sendo acompanhada por uma das mulheres que lhe serviam pela manhã, vestiu-se e ouviu a porta bater em suas costas.
Depois de dispensadas, as mulheres se trancaram na casa de banho, e ela estava ali, sozinha em seu quarto com o homem que secretamente possuía. Estava perdida em seus olhos, em seu sorriso, mínimo arteiro, em suas roupas impecáveis...
Estava perdida; a rainha tinha um ponto fraco.
A Hyuuga tinha pedido no dia anterior para os criados organizarem o café da manhã no solário, afinal, era o último dia da estadia da No Sabaku em seu castelo. Então seguiu seu caminho até lá com Neji atrás de si, como de costume, encontrando Temari já sentada à mesa, Hinata deu bom dia e juntou-se a ela. As cozinheiras serviram o café da manhã farto para as duas e elas não demoraram a se deliciar com o banquete oferecido. Conversavam sobre como Temari tinha sido uma ótima aluna, superando completamente as expectativas da rainha.
— Desculpe ser intrometida ou até mesmo insolente, mas gostaria de perguntar uma coisa. — A No Sabaku media suas palavras com cautela.
— Pode fazer a sua pergunta. — Hinata sorriu.
— Você pretende escolher meu irmão? — A loira acariciou as próprias mãos em busca de diminuir o seu nervosismo.
— Temari, posso te confidencializar uma coisa? — A morena sorriu, e o Otsutsuki sentiu seu coração disparar só em pensar na hipótese dela falar sobre eles.
— Claro, majestade — assentiu.
— Eu não vou escolher ninguém.
— Mas... — Temari arregalou os olhos surpresa e a Hyuuga soltou o ar.
— Meu amor não está à venda, não vou me casar por um mero acordo econômico. — A morena finalizou com um sorriso nos lábios.
— Agora eu te admiro ainda mais, Hinata. — A No Sabaku sorriu largo e ela realmente falava com sinceridade.
Hinata se despediu com um abraço em Temari nas portas do castelo, sentiria falta da companhia dela. Quando viu a carruagem deixar o terreno do castelo, girou os calcanhares e foi para a biblioteca separar os papéis para a reunião com o conselho. Ela carregava um sorriso no rosto, não esperava a reação tão positiva da No Sabaku diante da sua alegação, isso a deixou confiante. Neji a analisava de longe, em silêncio, estava ligeiramente preocupado com a felicidade repentina que ela esboçava. Não que ele não quisesse mais que tudo a felicidade dela, no entanto, confiança demais às vezes nos fazem tomar decisões precipitadas.
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Casulo de Seda
Fiksi PenggemarHinata sabia de côr todas as suas responsabilidades como rainha, mas nenhum conselho retrógrado, um mar de exigências, regras ou futuros pretendentes poderiam parar um amor que nasceu discreto e tomou proporções gigantescas. Em um mundo onde uma mul...