Qual é o caso da vez?

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Dois capítulos em um dia! Já posso pedir música no fantástico rs?

Brincadeiras a parte, vamos entrar agora em algo mais investigativo e afins. Fic criminal precisa ter um caso, não é? Pois vamos lá.

Boa leitura, meus fanfiqueiros de plantão.

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Cheguei a IPC pontualmente desta vez, eu podia ouvir vozes nos rádios pedindo ajuda na sala ao lado, carros do IML chegando com corpos totalmente fraturados e obviamente, mortos. Era só mais um dia tranquilo ou agitado, seja lá como vocês classificariam. Entrei em minha sala e em poucos minutos, Johan chegou atrás da minha pessoa com uma expressão curiosa.

- Quem é a garota? Você está gostando dela? - Foi direto ao ponto.

- Bom dia, Johan. Sim, eu estou muito bem. Obrigada por perguntar. E você? Como está? - Sorri cinicamente.

- Sarah Caroline, não seja sonsa. Você nem a entrevistou!

- Você se engana aí. A encontrei sentada em uma cadeira, antes que eu fosse embora, ela com certeza estava me aguardando. Pedi para ver seu currículo, como quem não queria nada, e bastou que eu olhasse o potencial dela.

- Prossiga. - Disse se sentando a minha frente.

- Formada em Direito, Farmácia, é poliglota e tem bases em psicologia. - Falei calmamente.

- Uau! - Soltou um longo suspiro ao recostar-se na cadeira - Mas enfim, boa escolha. Vamos ao que interessa!

- Qual o caso da vez?

- Ainda não demos um nome para o caso, mas é inocentemente arrepiante.

- Inocente? - Indaguei franzindo a testa e erguendo uma sobrancelha.

- Você vai entender quando chegar ao local.

- Chame o Higor e a Juliette, eles vão conosco.

Johan rapidamente assentiu, saindo da sala. Alguns minutos se passaram e eu pude, calmamente, analisar os papéis que haviam deixado em cima da minha mesa. Não havia suspeitos, mas apenas duas testemunhas que ligaram para a polícia, informando o ocorrido. Eu sabia qual era o local, até porque a fábrica era abandonada em um terreno baldio que foi cena de outros crimes.

- Sarah? - Johan bateu na porta - Os novatos já foram até o local, falta você. Vai comigo ou sozinha?

- Com você. - Falei levantando-me e pegando meus óculos escuro na mesa ao lado.

De distintivo, fardamento preto e coturno. Um rabo de cavalo e um forte batom vermelho realçando meus lábios. Sim, esta era eu. E com certeza, neste momento, eu podia sentir o meu sangue correr frio entre as minhas veias. A estrada asfaltada aos poucos era tomada por terra, os enormes prédios e modestas casas da cidade eram substituídas por árvores de grande porte, os pinheiros realmente enfeitavam a cidade de Hoffen, ao longo passo que, a deixava com um ar sombrio. Fomos nos aproximando do local e eu já podia avistar de longe, uma fileira de carros da polícia local, do IML e ambulâncias. Estacionamos em um lugar vago, estritamente reservada para nós, perto da enorme fábrica abandonada. Havia um aglomerado de pessoas e o local, bem, o local já estava fechado por uma fita zebrada. Desci do carro em um sobressalto, colocando a jaqueta preta, já que fazia um considerável frio. De longe, pude ver Juliette e Higor juntos, conversando entre si.

- Senhorita Sarah Andrade, estávamos a sua espera! - Disse Gilberto sorridente.

Gilberto definitivamente era o meu melhor amigo. Entramos juntos na mesma corporação, cursamos perícia criminal juntos e ele, decidiu ir para a perícia enquanto eu realizei o meu sonho, e também o sonho de minha mãe, ser investigadora criminal.

- Sem formalidades, Gil. Bom revê-lo, meu amigo. Sabe me informar se alguém entrou?

- Não. Ninguém ousou entrar ainda. Mas uma dúvida antes - falou com um sorriso malicioso -, quem é aquela ali?

Revirei os olhos com a pergunta, mas por quê diabos todos tem que ficar perguntando quem é a garota e ainda mais com um sorriso malicioso nos lábios?

- Juliette. - Respondi secamente, desviando meu olhar.

- Vi vocês conversando antes de ir embora do trabalho. - Sorriu mais uma vez, largamente.

- Nem ouse pensar nisso, Gilberto! - Revirei os olhos.

- Olha Sarah, eu sei que é difícil pra você após aquela tragédia. Mas permita-se! Agora vai. Você tem um caso em mãos.

Ri da saída de Gilberto e ignorei suas palavras. Eu escutava a mesma coisa há anos, sempre a mesma coisa. Espantei meus pensamentos sobre o passado, dirigindo-me calmamente até a Juliette e Higor. Parei atrás da mesma e calmamente abaixei-me para falar entre eles.

- Boa tarde. Sejam bem vindos! - Falei séria, observando a enorme fábrica.

Higor saltou do seu lugar quando eu falei, enquanto Juliette permanecia calma no mesmo lugar. Virou-se, dando-me a oportunidade de contemplar seu sorriso largo e brilhante.

- Obrigada. Estamos esperando a Senhorita Sarah chegar.

- Ela está na sua frente. - Falei calmamente, fitando-a.

Seu rosto ruborizou e ela foi tomada pela vergonha. Provavelmente estava tentando cogitar que a mesma pessoa com quem ela falou na floricultura e tomou café pela manhã, era a sua chefe.

- Eu não sabia, desculpe-me. - Falou olhando para baixo.

Sorri com a atitude, ela achava mesmo que eu tinha ficado mal por isso?

- Não se preocupe com isso. Podem me informar o que sabemos até agora sobre a ocorrência?

- Bom - Higor tomou a palavra -, dois homens dizem ter visto uma movimentação estranha quando estavam voltando do trabalho a noite. A porta da fábrica estava entreaberta, ninguém costuma vir aqui. Uma forte chuva se fez presente neste dia e eles relatam que quando entraram para se abrigar, viram luzes e ouviram um forte estrondo. Saíram correndo e hoje noticiaram. A polícia veio, investigou o local, mas nada foi encontrado. Não entraram e rapidamente nos acionaram.

Ouvi tudo atenção e rapidamente sai em direção a Johan que me entregou luvas e uma lanterna.

- Tome cuidado. É bem velho e o local é enorme.

- Pode deixar Johan.

Assenti com a cabeça e convoquei uma equipe de seis pessoas. Três peritos e três investigadores. E estes eram: eu, Johan, Juliette, Higor, Gilberto e Carla.

- Todos vocês prestem atenção, o local é de grande porte, com muitos corredores e portas. Usem luvas, sejam cautelosos e levem a lanterna. Nunca deixem os rádios desligados, nunca. Cada um vai sozinho em um corredor, sempre com a arma em mãos. Qualquer coisa suspeita ou vestígio, não cessem em chamar um de nós. Me ouviram?

- Sim, senhora. - Falaram em conjunto.

- Ótimo. Vamos!

Abrimos a porta ainda lacrada por conta da fechadura velha, ligamos a lanterna e nos separamos. Realmente, a fábrica era enorme. As paredes estavam com rachaduras e o velho teto com algumas partes em falta e outras prestes a desabar. Havia enormes prateleiras, com bonecas velhas e outros brinquedos tomados pela poeira. Se eu pudesse definir a situação, eu com certeza, definiria como sinistro. Olhei para o chão e não havia uma pegada sequer, mesmo com a churra torrencial que houve ontem. Meus passos eram em ovos, minha respiração sequer era audível, eu não me sentia em uma situação de medo, mas de apreensão. Tudo estava quieto demais. Abri a porta de uma das salas com cuidado e entrei com precisão, a arma mirava todos os locais possíveis, estava limpo.

Segui em frente, ainda no corredor, estava um odor terrivelmente forte com ratos espalhados por todos os lugares, um ambiente sujo, com teias de aranhas. Aproximei-me da segunda porta cautelosamente, desci alguns degraus da escada e abri a porta, senti mãos em meu pescoço, me enforcando. Eu estava ficando sem ar, eu tinha sido pega de surpresa.

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Será esse o fim da Sarah?

Volto logo! Adiós. 🏳

O Recomeço | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora