Almas Gêmeas

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A autora foi explanada, descobriram minha identidade.

Só queria dizer que eu nunca quis me expor, porque meu prazer é trazer um mundo inteiro pra vocês através das letras, nunca por reconhecimento.

Mas obrigada por tudo!
Saibam que eu só postei essa fic por conta da insistência da Jessika, Sabrina e Thiago. Meu squad! Sem eles, eu nunca que postaria nada.

Valeu meu povo.
E fiquem com o capítulo de hoje.

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Sabe aquela sensação boa de que tudo finalmente está prestes a acabar, mas você não sabe se vai ficar tudo bem?

Você deseja isso que tudo termine bem, mas o seu coração sabota você dizendo que não. Uma vez, eu ouvi uma frase significativa que talvez, defina a vida em si.

"Nessa guerra só haverá um vencedor, mas todos nós saíremos machucados."

Se olharmos bem, nenhum de nós estamos realmente vivendo, apenas sobrevivendo. Sobrevivendo todos os dias e lutando para não sermos abatidos no meio do caminho. Mas a verdade é que nós não estamos entregue, estamos apenas sangrando, terrivelmente machucados pela vida.

Todos nós estamos feridos.

Se olharmos para o nosso lado, quem mais tenta nos fazer feliz e sorri largamente, é quem mais sofreu ou ainda continua sofrendo em segredo.

Veja Gilberto. O mais engraçado da turma! Ele está longe da família há anos, foi reprimido por conta de sua orientação sexual durante toda a vida, escondeu-se, sangrou em silêncio e sofre com isso às escondidas;

Vejam o Higor, ele sempre foi questionado por sua inteligência. Ninguém acreditava que ele pudesse ser alguém. Seus pais sempre se importaram, e talvez muitos achassem que isso era suficiente. Mas a verdade é ele nunca teve amigos, de fato. Ele foi sempre solitário e deslocado;

Observem então o Lucas, que carregou o mundo nas costas por conta da sua pele e da condição anteriormente vivida. Aguentando diariamente o peso da dor do julgamento, dos olhares tortos, da discriminação, da homofobia, do descaso;

Voltem então seus olhares para a Sarah, que sempre rejeitada pelos pais, cruelmente vista como um monstro, solitária após um grande vazio que tomou seu coração. Nunca foi feliz de verdade, pois sempre havia algo que tirava seu chão, lhe dava uma rasteira e a deixava na mercê da morte;

E eu? Bem, eu sempre fui julgada, reprimida, questionada, assim como todos. Alvo fácil de desprezo e sempre atacada por minhas fraquezas. Solitária, quieta, deslocada. E não só isso, agora eu estava mais do que nunca, incerta se eu também, além de perder toda a minha família, perderia o meu único amor.

Todos nós temos qualidades, esbanjamos simpatia e ajudamos todos que nos pedem. Mas somos taxados e cruelmente vistos como pessoas sem valor algum, que apenas tem algo a oferecer quando lhes convém. Sofremos calados e algumas vezes, somos solitários.

É fato que geralmente todos nós acabemos nos encontrando com pessoas que tenham algumas coisas em comum com a nossa personalidade. Pessoas que apesar de suas histórias e dores, nos abracem e nos faça reviver a cada dia.

Quando nos encontramos e encontramos essas pessoas, voltamos a viver. Porque a vida nada mais é do que uma chance de vivê-la e deixar seu legado, desfrutando desde o vinho mais suave, até o ardor do cálice.

E agora, fomos colocados mais uma vez onde sempre estivemos no passado: na ponta do precipício. Mas dessa vez, não estávamos sozinhos, tínhamos uns aos outros. No entanto, em nosso interior, sentíamos a mesma coisa de antes. Incerteza e medo. A incerteza de não saber se iremos cair ou não. E o medo de não saber se dessa vez iríamos sobreviver.

O Recomeço | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora