O Recomeço | Sariette

Completamente Apaixonada

- Quer salgadinho, Sarara?

- Não Ju, pode comer. - Falei soltando um sorriso de lado.

Eu e Juliette estávamos no carro e mesmo após tomar dois sorvetes, comer uma coxinha e ainda ingerir algumas balas, estava comendo o salgadinho que eu tinha comprado minutos atrás. Ela tinha deixado o buquê no seu colo, não parou de admirar um segundo sequer. Tirou fotos, cheirou e mostrava com clareza a quem passava pelas ruas. É incrível como eu amo essas duas personalidades que só ela tem. Séria e competente em questões criminais, mas fofa e doce quando se está com as pessoas que ela gosta.

Opa, ela gosta mesmo de mim?
Bem, se não gostava, começou a gostar depois do buquê.

- Por que está com esse sorriso convencido no rosto, Sarah?

Ela estava me observando discretamente e pelo sorriso que me lançou junto com a pergunta, parece que lia meus pensamentos.

Desde que nos aproximamos que venho pensando em chamá-la pra sair e bem, eu calculei o dia que iria cair a minha folga. Nossas férias seriam juntas! Quando eu entrava de férias, Gilberto também entrava. Então agora que a Juliette e o Higor eram meus assistentes, eles viriam junto comigo no mesmo mês, dia e hora. Amanhã seria apenas uma folga pelo peso do trabalho que amamos tendo e puta merda, eu queria muito chamá-la, mas a coragem não vinha. Eu havia levado tantos foras das garotas por quem eu me interessava, que até mesmo com a Carol, eu acabei demorando cinco meses pra chamar ela para sair. Depois que eu a perdi, nunca mais fiz planos ou saí com qualquer outra pessoa.

- Só estava pensando vagamente. Inclusive Ju - Falei respirando fundo - Amanhã eu estou de folga.

- E? - Ela falava com uma sobrancelha erguida.

- E que você também está? - Perguntei insegura.

- Sim, estou.

- É que...

- Fala logo Sarah. - Ela estava visivelmente impaciente.

- Euqueriasabersevocêquersaircomigo. - Soltei rapidamente.

Merda! Eu odiava quando me comportava assim, facilmente assemelhada a uma adolescente de quinze anos com seu primeiro amor.

- Se eu o que, Sarah?

- Se você quer sair comigo. - Falei calmamente, olhando para o volante - Olha, se você não quiser tudo bem ok? Seu namorado pode achar ruim e...

- Você parece uma metralhadora quando está nervosa. - Gargalhou - Calma Sarará, primeiro que eu não tenho um namorado. Segundo que eu aceito sair com você.

- Vou passar na sua casa às três.

- Da tarde?

- Da manhã.

- É o que Sarah? - Ela gritou me olhando com uma feição de espanto. - Tá ficando doida? Não vou mais.

Parei o carro bem em frente à praia, enquanto me virei para olhá-la. Ela estava de braços cruzados e me encarando.

- Ju... - Tentei chamar sua atenção.

- Não Sarah.

- Eu prometo que vai valer a pena, abusada. - Falei, apertando levemente seus braços.

- Vamos passar o dia juntas? - Ela perguntava enquanto ajeitava as flores do buquê.

- Sim.

Ela ficou em silêncio por um instante, me analisando. No entanto, com certeza estava passando em sua cabeça "vale a pena mesmo acordar três da manhã por isso?"