O Casamento (Part. 03)

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É chegada a hora...

Que toquem os tambores, peguem os lenços e se preparem para dar adeus!

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16 de Julho — Dia do Casamento

Ok, sem surtos.
Mas eu só queria dizer uma coisa...

É HOJE!

Hoje eu vou me casar com a mulher mais bonita de Campina Grande, de João Pessoa, de Hoffen, do mundo inteiro. Hoje é o dia do meu casamento e eu estou prestes a ter um colapso de tanto nervoso, até porque eu e o Lucas já fomos retirados de casa logo cedo, agora pela manhã. A cerimônia do nosso amor diante o mundo inteiro iria acontecer apenas às quatro da tarde e esperávamos que nosso "sim" diante todos fosse dado ao pôr do sol.

Hoje não é qualquer dia, hoje é O Dia.
Nesse mesmo dia, anos atrás, eu me casaria com a Carol e felizmente ou não, ela foi retirada dos meus braços um dia antes. Eu não estava nervosa durante todos esses dias porque agora, de fato, eu me sinto segura e não seria capaz de perder a minha noiva um dia antes ou no próprio dia do meu casamento.

Mas é aquela coisa, não? Mesmo sabendo-se que nada vai interromper nosso amor, ainda fiz questão que fossem espalhados mais de vinte seguranças por todo o local. Ou seja, havia praticamente um exército de homens com seus ternos sociais pretos e bem armados. Até eu estava armada, imaginem eles.

Nós escolhemos um local perfeito, harmonioso, leve e confortável para todos. Estávamos em uma fazenda enorme, em algumas árvores pedi que colocassem algumas lâmpadas decorativas penduradas. Havia um enorme tapete branco, com inúmeros bancos em fileiras e em cada ponta, um buquê de flores. O local que seria presidido a cerimônia estava bem ao centro, havia quatro genuflexórios um ao lado do outro.

Agora pela manhã, tanto eu, como o Lucas, estávamos separados da Juliette e do Gilberto. Estávamos em um Spa, descansando e cuidando de nós mesmos. Havia de tudo, sabe? Piscina, massagem, lanches, mas o que eu queria mesmo era um psicólogo ou um calmante, porque eu não estava nada bem, estava trêmula igual bambu quando dá um vento forte. 

— Sarah, e se eu infartar hoje? — Lucas perguntava, enquanto andava de um lado para o outro.

— Se infartar, vão ser dois mortos. Porque eu mesma não estou nada bem! — Falava enquanto andava na direção oposta que ele.

— E se ele falar que não? Que não quer se casar comigo? — Levou as mãos até os cabelos.

— O Gil? Falar que não? — Gargalhei — Aquela bicha já está com os quatro pneus arriados, é mais fácil a Juliette dizer que não.

— A Juliette é a mais cadela, Sarah. — Ele parou na minha frente. 

— Quer saber? Vamos nos acalmar. — Nós caímos sentados no sofá juntos. — E torcer pra nada dar errado.

— Viu o bolo que encomendei? 

— Vi. Chocolate com nozes, né?

— Sim, o preferido do Gil.

— E o da Juliette também. — Sorri de lado. — Nunca pensei que estaria dessa forma, depois que a Caroline faleceu.

— Eu nunca pensei que estaria dessa forma, pelo simples fato de, prezar pela minha razão. — Ele soltou um sorriso sem humor.

— Vocês pensam em ter filhos? — O olhei.

— Sim, pensamos bastante. — Soltou um sorriso brilhante — Gil sonha com os nomes.

— Quais? — Virei-me e segurei sua mão.

— Ele pensa em Brayan, James, Arthur Conan, Analu... 

O Recomeço | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora