Que viagem, meus amigos! Que viagem.
Emocionante, romântica e engraçada. Que a divindade ajude vocês nesse capítulo.
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Eu e a Juliette estávamos de mãos dadas, andando pelo vasto zoológico. Nossas mãos só desgrudavam quando era por uma necessidade muito grande, como tirar fotos do ambiente. Eu perdi às contas de quantas fotos tive que tirar da Juliette com o macaco gentil que gostou mais dela do que de mim, da girafa que só ficava perto da Juliette. Inclusive, essa endemoniada da girafa quase levou minha orelha e meus cabelos. Eu quase coloco a girafa para entrar em extinção, mas quando ouvi as risadas vindo de Juliette, me acalmei e apenas saí de perto. Afinal, o que eu não fazia por uma risada dela?
Visitamos também os tucanos, jacarés, leões e só paramos porque a Juliette não quis de jeito algum ir segurar uma cobra para tirar foto. Ela não fazia mal algum, mas a Juliette não gostou e se recusou totalmente, me abraçando forte contra ela. Não julgo, eu também faria o mesmo se tivesse medo de cobras. Elas são extremamente desagradáveis e traiçoeiras, mas isso é assunto para livros de biologia.
Confesso que eu me surpreendi muito desde nossa saída do restaurante, ela mesma buscou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus, sempre mantendo aquele contato. Andamos de mãos dadas e abraçadas mas nunca separadas, longe uma da outra. Agradeci aos céus por não me deparar com nenhum homofóbico durante todo o trajeto, eu sabia o quão aquilo mexia psicologicamente comigo e principalmente com meus neurônios. Uma vez, eu e a Carol, fomos vítima de um desses ataques. Nós apanhamos porque eu não tinha como me defender na época e fui a mais que levei nos dois lados do rosto, porque eu me joguei na frente da Carol, protegendo a mesma dos ataques.
Hoje, eu tenho certeza que se eu fosse vítima de um desses apenas por estar demonstrando afeto para com Juliette, ou ele parava no hospital com uma bala cravada ou diretamente na delegacia, atrás das grades. E teria de agradecer muito o meu humor se continuasse vivo, porque o hospital e a cadeia conseguem ser menos desagradáveis do que uma cova no cemitério local.
Olhei para Juliette que estava tomando seu típico milkshake ao meu lado, enquanto observava as construções passarem freneticamente pela janela do carro. Ainda estávamos com nossas mãos entrelaçadas e ela revezava entre ingerir o líquido gelado e conversar com o motorista sobre o zoológico. Óbvio que ele contou cada atração que já viu com os próprios olhos chegarem até a estadia do zoológico central, contou sobre elefantes e leões, que tinham uma fama imensa em circos, no entanto, eram extremamente maltratados.
Chegamos ao hotel e agora eu me vi completamente na obrigação de dizer quais seriam nossos próximos passos. Juliette já estava cansada e eram apenas três e meia da tarde, eu não sei se ela toparia a minha penúltima surpresa, mas se não o quisesse, eu entenderia e não acharia ruim ficar descansando ao seu lado. Por mais que eu tenha me empolgado unicamente por essa surpresa, era a minha favorita desde que eu entrei na corporação e conheci novos ares.
— Ju? Nós temos mais dois lugares para ir.
— Onde nós vamos?
— Vamos fazer uma trilha para ver o pôr do sol. Mas se você estiver cansada, podemos ficar aqui.
— Estou um pouco cansada e com sono, mas quero ir ver, você vai comigo né?!
— Vou sim, ao seu lado. — Deixei um beijo em seus cabelos — Se arruma com roupas leves, ok? Eu já volto.
— Nada de comer jujuba lá embaixo.
Revirei os olhos, saindo rapidamente do quarto. Fui lá na recepção que tinha deixado tudo organizado e separado, dentro de uma sacola.
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O Recomeço | Sariette
FanfictionSarah entrou na corporação como Investigadora Criminal Forense, com apenas 21 anos. Em seu passado, há um segredo que nunca foi contado para ninguém, além do seu grande amigo Giuseppe. Juliette Freire é uma desconhecida até então, que se encontra po...