Começar De Novo | Sariette

Feliz ano novo.

Terão várias surpresas nesse capítulo, gente.

Boa leitura. ❤️

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Levantei da rede em um pulo, minhas pernas ficaram bambas, como se eu tivesse visto um fantasma. Era Juliette. Era a voz dela. Eu reconheceria sempre. Ela não me deixou falar, não consegui proferir palavra alguma. Procurei o número nas chamadas mas era mesmo privado. Merda. O que eu faria agora?

– Sarah? Tudo bem? Você está pálida.

– Eu... Eu não sei. Marcela... Juliette me ligou.

– Como assim? Ligou? Agora?

– Agora... - eu tremia e ela percebeu, me deu um copo de água e eu bebi.

– O que ela disse?

– 'Feliz ano novo, Sarah.' E desligou. Não consegui falar nada, minha voz travou.

Minha cabeça estava girando, não pensei que sentiria algo tão forte depois de quase dois anos, ela ainda tinha um efeito forte sobre mim. Talvez por que o nosso caso tinha sido mal resolvido, ela simplesmente sumiu sem me deixar explicação nenhuma e agora me ligava, desejando um feliz ano novo, depois de todo o caos que a minha vida se tornou por causa dela.

– Se você quiser a gente volta pra casa. Ou sei lá, se você quiser ficar sozinha...

– Marcela... Nós viemos aqui passar o ano novo juntas e é isso que vai acontecer. Ela me ligou de um número privado, se quisesse voltar pra minha vida não ficaria de mistério. Você está aqui, eu estou aqui e eu quero continuar aqui. Vou me arrumar.

Coloquei um vestido branco, bem clichê de ano novo, queria ficar confortável além de tudo. Maquiagem leve e o cabelo solto, ainda sentia meu coração apertado, queria ter perguntado alguma coisa a Juliette, ouvir da voz dela que estava tudo bem. Mas eu não deixaria essa sensação estragar minha noite. Fomos até a praia, onde tinha um grupo pequeno de pessoas esperando bater meia noite. Ventava bastante e o mar estava agitado, mas nada que fosse atrapalhar o momento. Os fogos começaram a queimar e nos abraçamos.

– Feliz ano novo, meu amor.

– Feliz ano novo.

Nos beijamos e ficamos abraçadas até o show acabar. Algumas lágrimas desceram pelo meu rosto, não pude evitar. Meu peito gritava por Juliette. Gritava por saber onde ela estava e por que tinha feito aquilo comigo. Sentei na areia e Marcela me acompanhou, não disse nada, apenas ficou ali esperando a minha crise passar, como ela fazia sempre.

– Está melhor?

– Sim. Obrigada pela paciência.

– Sarah, eu te amo. Você sabe.

– Eu também amo você. Desculpa.

– Não se desculpe, okay? Você tem uma ferida aí dentro e hoje ela foi tocada. É normal que se sinta assim, você tem todo o direito de colocar as emoções pra fora. Isso não te torna uma pessoa fraca.

– Tudo bem. Você tem razão. Ela me pegou de surpresa, sabe? Não esperava que ela fosse aparecer outra vez.

– Eu sei. - Marcela disse e levantou, deixando cair uma pequena caixinha que ela tinha no bolso.

– O que é isso? - perguntei intrigada.

– Não é nada.

Peguei a caixinha das mãos dela e abri, eram duas alianças.