Estou encontrando maneiras de deixar você ir.

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O ano letivo estava começando e um monte de lembranças vieram até minha cabeça. Um ano atrás eu entrava naquela escola, naquela sala, onde na primeira classe estava sentava a morena de cabelos compridos, que eu nunca mais tiraria da cabeça. Precisei puxar o ar algumas vezes antes de passar pelo portão. Um frio na barriga me lembrou que que no fundo eu esperava encontrá-la outra vez.

Pelo menos não veria mais nenhum dos amigos dela, todos haviam se formado e eu me perguntava o que ela estaria fazendo? Se também tinha terminado os estudos, se estava começando a faculdade. Droga! Mais uma vez meus pensamentos estavam todos direcionados a ela.

– Bom dia, professora.

– Bom dia, diretora. Quanto tempo. - falei irônica e nos abraçamos.

– Eu não conseguiria ficar muito tempo longe de você.

– Então, o que eu preciso saber sobre a turma do terceiro ano?

– Eles são tranquilos, bem dedicados. É ano de formatura e de se preparar para o vestibular então eles devem estar bem focados.

E ela realmente não estava mentindo, eles prestaram bastante atenção na aula e perguntaram bastante, quando notei já era hora de acabar a aula. Eu e Marcela iríamos almoçar com minha mãe, elas acabaram se aproximando muito nos últimos tempos, principalmente por Marcela estar sempre na minha casa também.

– E as crianças, estão se adaptando bem?

– Muito. Parece que nunca viveram em outro lugar. Se você quiser pode ir conhecer, Sarah leva você. Não leva, filha?

– É claro que sim. Você vai amar, vamos no fim de semana?

– Vamos. Parece ótimo. - ela sorriu.

Continuava trabalhando pela parte da manhã e à tarde. A noite ia pra faculdade, meus dias estavam cheios mas isso era bom, me faltava tempo para pensamentos aleatórios que pudessem me deixar triste. Eu estava melhorando, sabia que a vida teria que seguir, mas me permiti sofrer por não ter mais ela ao meu lado. Saber que ela estava bem, depois de um tempo, se tornou reconfortante para mim. Eu não iria suportar se algo de ruim tivesse acontecido.

'Já saiu da faculdade?'

'Ainda não. Daqui uns dez minutos.'

'Tô num barzinho aqui perto, vem?'

Fui ao encontro de Gil que estava acompanhado de Arthur que agora era quase seu namorado, mas eles não queriam rotular a relação. Modernidade demais para a minha cabeça.

– Aquela mulher ali não para de olhar pra você.

– Gil... não estou afim disso.

– Mas ela é muito linda, se eu fosse bi pegava.

– Ah cala a boca você também. Já falei que não quero nada disso.

A mulher se aproximou como se tivesse lendo meus pensamentos e os ignorando totalmente, me ofereceu uma bebida e eu aceitei. Começamos a conversar e ela sentou junto com a gente. Ela parecia legal, realmente muito bonita, simpática e bastante comunicativa, em menos de vinte minutos já conversávamos com certa intimidade. Mas eu realmente não estava afim de me envolver com alguém novo. Inventei uma desculpa e fui embora.

Cheguei em casa e fui direto tomar um banho, quente e relaxante. Deitei na banheira e comecei a passar as mãos pelo meu corpo. Estava sentindo falta de ser tocada, mas sabia muito bem como me satisfazer. Depois de um orgasmo intenso, terminei o banho e fui deitar.

Já era meio do ano outra vez, e cada vez mais a imagem de Juliette se desfazia dentro de mim. A aceitação pelo fato de ela ter ido embora havia chegado. Eu estava pronta pra seguir em frente, meu coração estava pronto pra amar novamente, mesmo sabendo que uma parte sempre dele sempre pertenceria a ela. Sempre.

Começar De Novo | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora