Helena
— Helena!
Suspiro de frustração quando reconheço a voz do Irwing. Tento esquecer o que acabou de acontecer no quarto do babaca do Alex e, antes de me virar, inspiro fundo para acalmar as batidas erráticas do meu coração idiota, que não consegue esquecer o tormento dos seus olhos em nenhum maldito minuto do meu dia.
Colo um sorriso falso no rosto e viro-me para encará-lo.
— Oi, Irwing.
Ele coloca as mãos no jaleco e sorri incerto. Nosso último encontro no estacionamento do hospital foi um tanto constrangedor. Ele tentou forçar uma aproximação, e eu fui um tanto ríspida.
Ele ergue as mãos como se estivesse se rendendo, e diz com o mesmo sorriso incerto:
— Por favor, só quero conversar.
É a minha vez de colocar as mãos nos bolsos do meu jaleco.
— Não temos o que conversar, Irwing. Acho que já tivemos essa conversa várias e várias vezes.
— Porra, Helena, será que sair para tomar um café é algo que um colega de trabalho não merece?
— Nós dois sabemos que já tomamos esse café várias vezes. E que não é isso que você quer. Da última vez tive que te mostrar, já que se negou a ouvir, Irwing.
Ele suspira pesadamente e parece arrependido.
— Eu fui um babaca. Estava acordado há mais de trinta e seis horas, e... — ele me encara e murmura — desculpa. Sei que isso não é justificativa para o que eu fiz. — Passa as mãos nos cabelos. — Não precisamos deixar um clima ruim entre nós, Helena. Somos colegas de trabalho.
Estou cansada. Não tenho dormido bem e nas duas últimas semanas, algo está tirando minha concentração. Algo não, alguém. Eu não consigo entender o que está acontecendo. Já tive dezenas de homens bonitos em tratamento comigo, e nunca me senti estranha e incomodada em tocá-los. Mas algo na vulnerabilidade que o Alex tenta de forma desesperada esconder, mexe com algo enterrado profundamente dentro de mim. É como se nos conhecêssemos em um outro momento e, finalmente, estamos nos reencontrando. Ridículo, eu sei.
Os dedos de Irwing estalam diante dos meus olhos para chamar minha atenção.
— Ei, Helena. Acorda. Estou falando com você.
É isso que detesto nesse homem. A sua profunda arrogância. Por ser um cara bonito e bem-sucedido, o Irwing acha que toda mulher deve ser grata a cada sorriso que ele deixa escapar.
— Desculpa, Irwing. Eu realmente estou supercansada. — Encaro-o. — Não tem nenhum clima estranho. Acho que o que aconteceu no estacionamento deixou claro o meu posicionamento, e tenho certeza de que um cara inteligente como você compreendeu o que quis dizer.
Seu sorriso é incerto mais uma vez quando estende a mão.
— Amigos novamente?
Inspiro fundo e forço um sorriso segurando a sua mão e respondendo:
— Nunca achei que não fôssemos.
Ele segura minha mão e dá um passo mais adiante, colocando a outra mão por cima da minha.
— Então, nosso café está de pé, doutora?
"Que cara insistente!", penso. No entanto, respondo educada:
— Ok, Irwing, podemos marcar.
Ele sorri vitorioso, e eu simplesmente me arrependo de imediato por ter aceitado. Antes que eu abra a boca para responder, ele diz se afastando:
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RomanceOi gente! Este é meu novo trabalho completamente inédito! Dessa vez, pretendo viver a experiência do Wattpad e vou contar com a ajuda e apoio de vocês já que sou novata por aqui! hahaha . Vamos aos detalhes? ESTE LIVRO É UM SPIN-OFF DO LIVRO SEREIA...