Oi gente!
Este é meu novo trabalho completamente inédito! Dessa vez, pretendo viver a experiência do Wattpad e vou contar com a ajuda e apoio de vocês já que sou novata por aqui! hahaha
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Vamos aos detalhes?
ESTE LIVRO É UM SPIN-OFF DO LIVRO SEREIA...
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Helena
A cena que se descortina à minha frente é tão linda, que me esforço para não chorar. Sentado na poltrona confortável do quarto rosa, cercado por bichinhos de pelúcia, Alex segura cuidadosamente nossa filha como se não fosse capaz de desviar os olhos dela. Aisha o olha atentamente, como se soubesse que esse homem lindo e emocionado é seu pai e está completamente apaixonado por ela.
— Meu Deus, você é tão linda, filha... — murmura emocionado. — Tão perfeita... — Seu dedo percorre a lateral do seu rosto, e acaricia os seus cabelos tão parecidos com os meus. — Você tem os cabelos da sua mãe... — ele diz como se pensasse alto. — E esses olhos expressivos, também.
Ele continua observando-a. Então, ela abre a boca, e ele nota a vermelhidão na sua língua, que ainda não desapareceu completamente.
— Por que a boquinha dela está tão vermelha, Helena? É assim mesmo? — indaga sem tirar os olhos de Aisha, que acompanha todos os seus movimentos com atenção.
— Ela teve uma síndrome rara recentemente — explico.
Ele ergue o rosto rapidamente, preocupado.
— Síndrome? Ela está doente?
Mordo o lábio. Sei que ele ficará chateado quando souber que nem mesmo com Aisha estando doente cogitei em procurá-lo.
— Síndrome de Kawasaki. É uma doença que acomete mais meninos que meninas, mas nossa pequena teve. — Me aproximo para olhar para ela e explico: — Causa manchinhas na pele — ergo um pouco o pijaminha dela, e mostro a pele com as manchas vermelha além da vermelhidão na boca —, mas ela está medicada. Tem sorte de ter um padrinho que é médico e muito atento.
Imediatamente me arrependo do que falo. Vejo-o inspirando fundo, mas ele não diz nada.
— Mas essa síndrome deixa alguma sequela?
— Não, só se não for diagnosticada precocemente. Mas não foi o caso.
Ele assente. Inclina a cabeça, beija a de Aisha e diz baixinho:
— Oi, princesa... Eu sou seu pai... Desculpa ter demorado para te conhecer, mas te prometo que sempre estarei aqui a partir de agora.
Um nó se forma em minha garganta porque entendo perfeitamente o recado.
Me abraço, meio para me proteger inconscientemente e um silêncio se instaura quando ouvimos o barulho da porta da frente sendo aberta e os passos que caminham até o quarto.
Confuso, ele me olha e, quando vou explicar, Luciana, a babá que fica com Aisha quando estou de plantão, põe a cabeça no vão da porta e para abruptamente quando se dá conta da presença do Alex.
— Ah, desculpa — ele diz constrangida. — Pensei que estivesse dormindo ainda, Helena.
— Lu, bom dia — peço para ela entrar no quarto e faço as apresentações. — Lu, esse é o Alex, o pai da Aisha.
Os olhos da Lu se abrem juntamente com sua boca pela surpresa. Eu nunca falei sobre o Alex para ninguém. Só o Benito, a Hosana e a Mary sabiam quem era o pai da Aisha. Apesar de gostar muito da Lu e ela já trabalhar comigo há alguns meses, nunca me senti à vontade para revelar.
— Alex, essa é a Luciana. Ela cuida da Aisha quando estou de plantão.
Ele fica de pé e apoiando com muita habilidade Aisha em um dos braços, estende a mão e, com um sorriso, diz:
— É um prazer, Luciana.
Luciana, que sempre foi bem comunicativa, de repente parece tímida quando retribui o aperto de mão, balbuciando alguma coisa que não consigo compreender.
Então os olhos límpidos desse homem, que está ainda mais lindo do que da última vez que o vi, pousam em mim.
— Você está de plantão hoje? — indaga.
Olho para o relógio na mesinha de cabeceira da caminha de Aisha e vejo que já estou atrasada.
— Estou. — Virando-me para Luciana, peço: — Lu, estou atrasada. Pode dar o banho nela pra mim?
Ela estende os braços para Alex, que entrega Aisha de forma relutante.
— Claro, Helena. Pode deixar comigo.
Pelo canto do olho, vejo-o franzir a testa. Saio do quarto e Alex me segue.
— Helena?
Paro na porta do meu quarto.
— Importa-se se eu ficar aqui com a Luciana hoje?
— Aqui?
Ele enfia os dedos no bolso do jeans. Me olha com intensidade e diz:
— Gostaria muito de poder passar um tempo com ela, se não for incômodo para você.
Por algum motivo, sair para trabalhar e deixar Aisha com ele parece-me uma perda. É como se, de repente, a consciência de que terei que dividi-la se assentasse dentro de mim e, de forma mais dura do que gostaria, argumento:
— Tem certeza? A Lu cuida muito bem dela.
Ele sorri. Um sorriso capaz de derreter o maior iceberg do planeta. Coça a nuca e acompanho, com os olhos famintos, sua camiseta colar no peito musculoso.
Esse Alex não é o mesmo homem que conheci há dois anos. Esse é terrivelmente mais másculo, seguro e lindo de morrer. Não que ele não fosse, só que ele demonstrava naquela ocasião uma fragilidade emocional que não existe mais, e eu não sei bem como lidarei com essa atração vertiginosa que estou sentindo.
Ele fala alguma coisa, e percebo que não ouvi, porque estava secando-o como uma mulher desesperadamente carente.
Ele morde o lábio e fica claro que percebeu. Seu sorriso é maior ainda, e sinto a pele do meu rosto esquentar e tenho certeza de que estou vermelha igual a um tomate.
Pigarreio e volto à realidade.
— Desculpa, o que disse?
— Que não tem nenhum outro lugar que eu gostaria de estar a não ser aqui.
— Achei que voltaria hoje para o Rio.
— Na verdade, não sei quando voltarei — informa simplesmente. — Por ora, quero conhecer a Aisha — inclina a cabeça para o lado — se você permitir, claro.
Dou instintivamente um passo para trás, talvez para que o cheiro dele não me alcance. Estou confusa. Preciso desesperadamente me afastar desse homem e de toda sua masculinidade, então murmuro:
— Claro, pode ficar o tempo que quiser.
Ele parece surpreso. E eu me pergunto o que foi que falei. Deus, estou confusa!
— Preciso me apressar — digo finalmente caminhando para meu quarto. — Estou atrasada.
Dou as costas para ele e, quando estou entrando no quarto, sua mão segura meu braço. Uma mão quente e macia. Uma mão que me causa arrepios.
— Helena, obrigado por não dificultar as coisas — agradece e parece tão mexido quanto eu. Solta meu braço e enfia novamente os dedos no bolso do jeans. — Prometo que não vai se arrepender.
— Sei que não vou — e olhando-o repito mais para mim do que para ele. — Desculpa, preciso mesmo ir.
Ele assente e entro no quarto fechando a porta às minhas costas e me encostando nela. Levo a mão à testa e sinto-a quente.
"Pare já com isso, Helena!", ordeno para o meu cérebro confuso e excitado quando caminho apressadamente para o banheiro. Uma ducha fria. É disso que preciso no momento.