Capítulo 7

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Alex

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Alex

Distraído e concentrado tentando mover os dedos dos pés, não ouço a porta que se abre silenciosamente, e só quando o perfume peculiar que me tira o sono invade minhas narinas, que a vejo me observando atenta.

Meu coração idiota parece querer saltar do peito e, por um momento, fico com medo que ela possa ouvi-lo.

— Bom dia — ela cumprimenta se aproximando.

— Bom dia — respondo sustentando seu olhar sagaz.

Como alguém pode ser tão linda assim? Não é justo que existam mulheres com esse tipo de beleza e com um olhar tão absurdamente solitário e triste. Com o rosto salpicado de sardas como pontinhos de luz e seus cabelos cor de fogo são uma mistura de tirar o fôlego de qualquer um. Tudo isso forma uma tentação difícil demais de resistir.

— Como está se sentindo? — indaga me trazendo de volta à realidade.

Sinto vontade de provocá-la, mas depois do nosso último encontro, decido que não seria inteligente brincar com a sorte. Ela está aqui. E isso é bom pra caralho.

— Bem. As dores diminuíram bastante.

Ela se aproxima mais ainda da cama e colocando as luvas, segura um dos meus pés. Não pela primeira vez, desejo sentir o toque de suas mãos na minha pele, mesmo que seja através do látex das luvas de trabalho. Tudo que sinto é um pequeno formigamento que não estava lá antes, e isso, de alguma forma, me causa um misto de alegria e medo.

Na real, tenho muito medo de criar falsas esperanças. E admitir que já não sou tão indiferente ao toque quanto era quando acordei há mais de um mês na cama desse hospital, é ser otimista demais para um progresso tão ínfimo.

Ela continua concentrada nos movimentos que costuma fazer, sem me olhar nos olhos.

— Não vai me contar que está sentindo algumas sensações?

Sua pergunta é tão baixa que, por um segundo, imagino se ela realmente proferiu.

— Achei que você não pudesse perceber quando algo assim acontecesse.

Ela sorri sem me olhar, e continua concentrada.

— Quem sabe, não tenho uma bola de cristal e possa ler seu pensamento?

— Ainda bem que sei que isso é impossível, doutora.

— Ah, é?

Ela continua concentrada sem me olhar, mas não consegue disfarçar o pequeno sorriso pairando nos seus lábios.

— Com certeza — respondo e, pela primeira vez, sinto vontade de sorrir.

Um suspiro suave e o silêncio paira entre nós. Mas dura apenas alguns segundos.

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