Capítulo 14 - Reconhecendo o terreno

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Por sorte, retiraram a caixa com os mantimentos antes do submarino sair em disparada, pois não teriam o que comer durante a jornada. Resolveram parar em um local com pouca umidade, algo difícil de encontrar dentro de uma caverna, que, como imaginavam, estava abaixo do nível do mar. Jason retirou de sua mochila, uma panela onde prepararia um arroz para matar a fome do grupo, misturando ao cereal cozido, peixes em conserva e alguns legumes enlatados. Algo rápido para não perderem muito tempo parados no mesmo local, pois não sabiam que tipo de animais viviam naquele ambiente hostil.

Supriram suas energias, lavaram seus pratos com um fio de água que escorria de enormes estalactites e apertaram o passo. Acreditavam estar ainda no meio da tarde, por volta das 14h00. Seus celulares e relógios deixaram de funcionar logo que adentraram a caverna, assim como as pilhas que davam a energia para suas lanternas funcionarem. Misteriosamente, o local estava iluminado por inteiro, que Frank veio a descobrir através dos ensinamentos do chefe Chamorro se tratar de Arachnocampas luminosas, uma espécie de mosca, cujas larvas se alocam no teto das cavernas e soltam um fio de seda envolto com uma espécie de muco, que possui bioluminescência capaz de produzir luz, fazendo com que o local, assim, parecesse um céu estrelado.

— Esse tipo de inseto é proveniente das ilhas da Nova Zelândia, desconheço outra caverna que esteja tão infestada desse tipo de animal — disse Jason aos demais.

— É lindo e mágico! — disse Barbara encantada com tamanha beleza.

— Vamos prosseguir — insistiu Walter. — Aqui não parece um local bom. A mãe natureza prega peças nos humanos. Tudo que parece belo tem seu nível de perigo acentuado.

O grupo levantou equipamento e começaram sua trilha rumo ao rastro de Douglas. Passaram por lugares que jamais imaginavam presenciar. Cada cenário digno de filmes de ficção e também suspense. Passados algum par de horas e algumas galerias, o grupo encontrou a primeira dificuldade, uma bifurcação onde constavam dois acessos entre rochas pontiagudas, sendo que em ambas não havia a magia dos insetos para iluminar as passagens.

Os companheiros decidiram que iriam apenas duas pessoas em cada caminho para averiguar o trajeto e em dez minutos voltavam para relatar o percurso da trilha, para então escolherem por onde o grupo iria seguir. Barbara e Walter seguiram pela abertura da esquerda enquanto Jason e Emmy atravessaram a porta de pedras do lado direito. Frank ficou na retaguarda, de vigia, para o caso de Douglas aparecer por ali.

Passados cinco minutos de um silêncio angustiante, o garoto sentiu mais uma vez sua perna vibrar de um jeito que já estava se acostumando. Frank retirou a pedra de seu bolso e começou a analisá-la, mas nada de importante aconteceu. Virou-a de um lado e do outro, no entanto, parecia que não havia sinal de interação alguma com o jovem, até que, por sorte, ele alinhou o artefato a porta que estavam Walter e Barbara e essa se iluminou com uma luz fraca, parecendo querer indicar o caminho correto.

Alinhou então para a segunda abertura à direita, porém a luz foi perdendo a intensidade até apagar-se por completa. Frank adentrou a segunda porta e encontrou Jason e Emily voltando, ambos dizendo que, em um trecho do caminho, houve um deslizamento de pedras, travando-o por completo, sendo impossível transpassar. O garoto disse que já imaginava e que a pedra de alguma maneira lhe mostrara o caminho a seguir.

Entraram então onde estavam seu avô e sua amiga e andaram por um bom tempo. Já havia passado a hora dos dois terem voltado, mas nenhum sinal dos amigos. Seguiram adiante com mais velocidade, o raro objeto ajudando a iluminar, mesmo que fracamente, a passagem de rochas rústicas da trilha, até que finalmente ouviram vozes vindo mais à frente. "Algo aconteceu para não terem retornado", estimou Frank preocupado, uma vez que viu de longe seu avô abaixado.

Frank Payne e a Caverna MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora