Capítulo 9 - Os fuzileiros chegam à ilha

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Pousou na Base da Força Aérea de Andersen em Guam o avião de transporte militar C-17 Globemaster III com a 3a Divisão do Corpo de Fuzileiros Navais de Camp Smedley Butler, em Okinawa no Japão. Thomas Wolf olhou em seu relógio que marcavam 10h00 da manhã. Estava à espera do esquadrão de fuzileiros para darem início à viagem da missão na região conhecida como Challenger Deep na Fossa das Marianas, a 330 km de distância de Guam.

Chegaram na Base Naval por volta das 11h00 da manhã apresentando o Corpo de Fuzileiros para o pelotão da marinha. A 3a Divisão era composta por dois regimentos com três batalhões, quatro companhias de armas e quatro pelotões especiais, mas para essa missão foram designados apenas um batalhão equipado com dois esquadrões de elite, entre eles soldados, tenentes e capitães, liderados pelo coronel Oliver Trik, que estariam a bordo do submarino USS Obstinatus. Haviam sido treinados para suportar adversidades nos mares do Japão e eram especialistas em mergulhos profundos.

Como quem não dormira na noite anterior tomado por uma ansiedade fora da normal, Thomas Wolf fez a última preleção antes de partirem para o mar. Havia embarcado no navio Emory S. Land, que estava rebocando o mini submarino Aequor até a superfície da Fossa das Marianas, além de transportar praticamente todos os suprimentos que utilizariam na missão.

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Mark acordou ensopado depois de um pesadelo angustiante. Não se lembrava do que havia sonhado, mas a sensação de cansaço tomou conta de seu corpo durante todo o dia, deixando-o extremamente de mal humor. Desceu para tomar seu café da manhã e, ao ver que suas torradas estavam levemente assadas demais, atirou-as no chão, exigindo que a governanta de sua residência fizesse novas, chamando-a de vários nomes grosseiros e cheios de insultos.

Ele era daqueles que não havia encontrado um propósito em sua vida, não se importava com ninguém, mas que exigia que lhe servissem, um ser desprovido de afeto em casa e descontava suas frustrações na rua. Devido as promoções que seu pai recebera desde que chegara à ilha, Mark viveu uma vida de muito luxo e pouca educação. Por mais que insistisse em estudar em um colégio militar, seu pai nunca o apoiou, por medo de que o filho manchasse sua reputação onde quer que se alistasse, visto que fora suspenso diversas vezes das escolas convencionais por fugir das aulas para fazer estripulias nas ruas, azarar algumas garotas, principalmente turistas, pois alegava que as meninas nativas não estavam "à sua altura", e criar desavenças com outras pessoas, espancando os mais fracos de próprio punho ou com a retaguarda de seus dois amigos comparsas, Sergio-Montanha e Hugodzilla.

Sua mãe era uma das mais conhecidas e renomadas socialites de Guam, abdicando do tempo para educar seu filho para fazer coisas que julgava mais importantes, como ir todos os dias, às 15h00, ao salão de beleza para fazer seu cabelo ou tratamento estético, saindo sempre às 18h00 e, ao menos duas vezes por semana, jantava com suas amigas no restaurante mais caro de toda a ilha, não por apreciar os espetaculares pratos criados pelo chefe consagrado com 3 estrelas Michelin, mas sim para ostentar seu status de pessoa importante na sociedade.

Mark havia acabado de concluir o ensino médio e desde então sua principal ocupação era vagar por entre os quatro cantos da ilha, gastando o dinheiro de seu pai, sem qualquer objetivo em sua medíocre vida, até cruzar com Frank naquele fatídico pôr do sol. Desde que se conheceram, algo se apoderou dos pensamentos do garoto. Mark conhecia muito bem os estilos de viajantes que chegavam em sua ilha, como a intitulava, distinguindo as pessoas que vinham a negócio dos turistas, mas estes três tinham algo especial que não compreendia até então. Não vieram a Guam à trabalho ou diversão, era algo muito maior, que estava disposto a apostar suas fichas para descobrir, nem que fosse para arriscar tudo em um grande "All-in". 

Frank Payne e a Caverna MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora