Capítulo 30 - Devorador de mentes

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— Descobriram algo? — perguntou Luiz esticando sua cabeça por entre as duas rochas, enquanto acertava um daqueles seres desprezíveis.

— Nada ainda. Tem alguma ideia? — questionou Barbara.

— Retira ela da tomada, ué!

— Bem que eu queria que fosse simples assim. Não tem nenhuma fonte de energia aqui — disse Barbara até se dar conta de que a simples brincadeira do garoto fazia um pouco de sentido. — Fonte de energia! Claro, você é um gênio, Luiz. Precisamos encontrar qual a fonte da magia. Quem está por trás, alimentando esse portal.

— Pode crer, Bah. Faz todo sentido. Algo deve estar alimentando esse dispositivo mágico. Encontrando a fonte, conseguiremos desligá-lo.

Walter, Frank e Barbara procuraram em todos os cantos daquela galeria, enquanto Luiz voltava para ajudar os outros nas lutas. Uma vez ou outra foram obrigados a parar com as buscas para enfrentar algumas criaturas que atravessavam o buraco de pedras.

— Garotos, estou sentindo uma energia maligna cada vez mais forte. Precisamos acelerar para sair daqui o quanto antes.

— De onde está vindo essa força, vovô?

— Não consigo identificar, parece que se move muito depressa por todos os lados.

— Isso não me parece nada bom, Frank. Vamos ouvir os conselhos de seu avô e dar o fora daqui — disse Barbara preocupada.

— Mas se não desligarmos o portal, nós não venceremos a batalha.

— Se não sairmos daqui logo não haverá mais nós para lutar qualquer batalha.

Frank ouviu as palavras da amiga que lhe atingiram como facas pontudas e afiadas. Ela estava certa. Walter já havia provado que suas premonições não falhavam e não seria dessa vez que aconteceria o contrário. O garoto, mesmo a contragosto, virou-se para seu avô, que estava bem próximo ao portal mágico, para avisá-lo que voltariam até o outro salão para junto de seus amigos e, então, quando todos tivessem derrotado seus inimigos, avançariam para desligar o portal de uma vez por todas.

Walter concordou e se apressou a sair daquele ambiente quando tentou dar um passo, mas sua perna não obedeceu. Olhou para trás desesperado, mas não viu nada que fosse suspeito. A amarga sensação de que algo muito cruel estava próximo a eles os deixou em pânico e começou a gritar para que os garotos fugissem o quanto antes.

— Saiam daqui, agora mesmo. Isso é uma ordem!

Frank e Barbara, confusos, não sabiam o que fazer, pois não entendiam por que Walter não iria com eles.

— Fujam daqui, seus tolos. Algo me prendeu e não está com a mínima vontade de me soltar, mas vocês ainda têm chances de sobreviver.

— Já te perdi uma vez e não vai ser agora que te perderei de novo — gritou Frank, empunhando uma das facas em uma posição de ataque, sem saber ao certo o que atacar.

Foi assim, de repente, que um semblante apareceu por detrás de Walter, agarrando seu pescoço e o levantando do chão. O avô de Frank não conseguia se mexer, embora tentasse utilizar sua espada encantada, o que estava o atacando era muito forte. O garoto saiu correndo em direção ao seu avô sem pensar duas vezes. Enquanto corria, tentava identificar quem estava por trás de Walter, mas não conseguia enxergar seu rosto, apenas pedaços de seu corpo. Parecia um homem próximo ao tamanho de seu avô e com um físico bem magro. Utilizava uma vestimenta escura, comprida e toda emborrachada, não dando para ver seus pés, pois estavam totalmente cobertos.

Walter, quase sem fôlego, já não pronunciava mais nenhuma palavra. Preocupado, Frank saltou para frente de seu avô, enquanto este se debatia para sair das garras daquele ser misterioso, mas não conseguia se desvencilhar até ceder e cair sem oxigênio. Então, foi atirado ao chão quase sem vida, sendo amparado pelo garoto.

Frank Payne e a Caverna MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora