Capítulo 35 - Voltando para a casa

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Enfim o caminho para casa era realidade, sairiam daquela caverna assim que atravessassem o portal de pedras à frente. Os ânimos entre todos eram repletos de agitação e alegria, mesmo aqueles que ainda estavam se recuperando da batalha com o ser elemental. Saber que estavam todo esse tempo em Guam os deixou mais calmos, não precisando enfrentar uma longa viagem para retornar às suas casas. Emily fazia planos e enumerava as primeiras coisas que faria assim que chegasse, entre elas tomar um longo banho e dançar. Já Walter queria voltar naquele restaurante em que jantaram no dia que chegaram, para degustar todas aquelas deliciosas iguarias tradicionais de sua protegida ilha.

Os primeiros a atravessarem foram os meninos sequestrados, que já estavam dias demais presos e não aguentavam mais ficar um minuto sequer naquele lugar. Pularam na lagoa de águas calmas e cristalinas para se lavarem e recuperarem suas energias, sem acreditar em tudo o que havia acontecido com eles. Em seguida, apareceram por entre aquelas rochas escuras Pedro e Luiz que, sem pensar duas vezes, se jogaram na lagoa para se juntarem aos seus amigos exploradores. Histórias não iriam faltar para contar aos turistas que viriam conhecer a ilha mágica de Guam, como decidiram batizá-la a partir de então, e claro que a Caverna Marbo seria a atração principal.

Emily e Jason olharam para seus três amigos que lhes esticaram os braços para cumprimentá-los com um grande e demorado abraço.

— Vocês precisam atravessar o portal — disse Jason, indicando a passagem entre as rochas empilhadas.

— Não antes de você e Emily — retornou Walter, estendendo a mão em um gesto cortês.

— Ok, nos vemos do outro lado. Não demorem a atravessar, pois sairemos juntos dessa caverna — rebateu Jason, segurando a mão de sua corajosa filha e seguindo ambos na direção da tão sonhada recompensa.

— Agora só resta nós três — falou Frank, com um semblante leve no rosto.

— É, parece que chegamos ao fim dessa primeira etapa — respondeu Walter.

— Primeira etapa?

— Sim, ainda temos que descobrir onde Douglas está, não? Além de derrotar os outros soldados elementais e seu temido mestre.

Os olhos de Frank brilharam. Segurou a lendária pedra sobre seu pescoço, que antes estivera em posse da criatura mágica, e se perguntou onde seu pai estaria. Como fariam para descobrir o próximo paradeiro? Pediu para que a pedra lhe desse algum sinal ou simplesmente mostrasse o caminho, quando o zunindo de uma faca acertando a rocha que formava o portal passou próximo a sua orelha, caindo no chão aos seus pés.

Frank, Barbara e Walter se afastaram do portal andando para trás, tentando entender o que se passava e de onde viera o ataque, acreditando tratar-se de outra criatura, porém, uma voz humana desconhecida por eles se fez presente, ecoando naquele salão até a luz do local iluminar algo que lhes parecia um homem.

— Enfim, encontrei vocês. Presumo que seja o filho daquele ladrão repugnante — disse o homem, apontando algo que não conseguiram identificar para Frank.

— Desculpe, senhor, mas acho que você está enganado — retrucou Frank.

Porém, o dono da voz não parecia estar convicto de que havia sido um mero engano, se aproximando ainda mais do trio, sendo iluminado por completo, fazendo com que o grupo pudesse enxergar de fato quem era aquele que atirara antes de fazer as perguntas, com um revólver apontado para o trio.

— Você? Como chegou até aqui? Aliás, quem é você? — perguntou Frank abalado.

— Mais respeito, seu moleque insolente. Sei muito bem que você é filho daquele desprezível que fugiu das minhas mãos há alguns anos.

Frank Payne e a Caverna MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora