Capítulo 28 - O guardião do elemento água

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— Como está a situação? — perguntou Walter.

— Criaturas não param de surgir como feitiçaria. Já derrotamos mais de quinze e o número cresce cada vez mais — respondeu Jason.

— E de onde as criaturas estão surgindo?

— Pelo que percebi, eles despontam por detrás daquelas duas rochas — disse Luiz, se juntando ao grupo e mostrando duas enormes pedras a uns cinquenta metros de distância deles.

— Acho que deve existir algum portal mágico ali. Precisaremos chegar até lá para desligá-lo, ou algo parecido — explicou Walter.

— Mas como faremos isso? — perguntou Barbara sem saber o que fazer.

— Não sei, pequena, mas precisamos tentar algo.

— O difícil será chegarmos até lá — disse Frank, apontando para um monte de criaturas que caminhava na direção deles.

— Vamos juntar nossas forças e avançar a cada investida contra essas terríveis criaturas.

O grupo embrenhou-se na guerra que se instaurou diante de seus olhos, golpeando quem se atrevia a atacá-los, enquanto caminhavam em direção às duas rochas. Enquanto os chicotes vindo dos firmes pulsos de Barbara e Emmy estralavam à longa distância, Pedro, Jason, Luiz e Frank golpeavam sem dó com suas facas de lâminas bem afiadas. Por sua vez, Walter se lançava com sua espada enfeitiçada de água congelada da cachoeira, que se mostrava ter a dureza de uma rocha, mas a espessura de um espelho d'água.

Enquanto o ataque massivo se fortalecia, Aquanator se entretia, vendo aquele bando de estúpidos tentarem progredir contra seu exército na tentativa de destruir o portal, que, de acordo com o que Walter imaginava, fora criado por Bhaltair Arasgain. Aquele instrumento mágico só podia ter sido conjurado com a intenção de permitir que as criaturas pudessem entrar e sair daquela caverna assim que precisarem. Nesse caso, entravam dezenas desses seres malignos com apenas uma finalidade, acabar com aqueles que tentavam impedir os planos do temível mago de juntar as cinco pedras.

A lendária pedra da água ampliou ainda mais as habilidades do guerreiro elemental, permitindo que este se divertisse um pouco mais antes de dar fim àqueles esperançosos humanos que ainda não tinham se dado conta do tamanho de seu poder.

Walter, comandando seus parceiros e aliados, avançava centímetro por centímetro enquanto seres malignos caíam ao chão. Frank, que ainda não se conformava com o ressurgimento de seu avô, aproximou-se, enquanto golpeava quem aparecia à sua frente, para lhe fazer algumas perguntas:

— Vovô, me conte exatamente o que aconteceu depois que nos separamos, por favor. Como você faz esses negócios com a água?

— Meu neto, pra falar bem a verdade até agora eu não me dei conta. Foi tudo muito rápido — disse Walter, enquanto penetrava sua espada aquosa em um Skum selvagem.

— Por que Jason te chamou de Betbo? Como assim, guardião do elemento água?

— Então, Frank. Eu nunca quis tocar no assunto de minha infância nas Ilhas Marianas, porque nem eu ao certo sabia direito sobre o meu passado, ou então nunca quis aceitar quem eu realmente era. Ainda está muito fresco para mim, mas, pelo que entendi, eu sou filho do mar!

— Filho do mar?

— Meio confuso, né?

— Confuso? É loucura!

— Pois é, Frank. No início, também achei, mas o mestre Cadassi me mostrou algo que eu não conseguia enxergar, e desde então venho me perguntando quem eu sou realmente. Até estar de frente com o perigo eminente.

Frank Payne e a Caverna MisteriosaOnde histórias criam vida. Descubra agora