Pata de céu largou o coelho na neve e chamou por tiger, ela procurou em cada centímetro da clareira, mas ela não o encontrou:
-onde ele se meteu...?- ela pensou
Desviando o rosto do céu chuvoso, seus olhos encontraram a imensa cachoeira congelada. A água não caía aos montes, ela estava congelada e formava espinhos de gelo alongados. O lago coberto de gelo reproduzia um reflexo quase perfeito da clareira.
O lago do acampamento não havia sido congelado, mas bem possivelmente estaria coberto de gelo daqui a algumas luas.
O farfalhar de folhas sendo pisadas atraiu os olhos de pata de céu a uma moita, ela sorveu o ar e ficou aliviada ao sentir o odor de tiger.
O gato de pelo amarronzado surgiu do meio das folhas, mancando um pouco com a pata, porém estava andando consideravelmente bem.
Pata de céu gritou irritada:
-Por que você saiu? Você poderia ter se machucado, sua pata não está curada! Precisa repousar! –
Tiger revirou os olhos e se sentou, depois começou a lamber a pata dianteira.
-Eu preciso treinar um pouco! Se não vai demorar para eu reaprender a andar direito...-respondeu.
Pata de céu deixou o coelho perto do amigo e fez um gesto com a cauda indicando a presa:
-Coma-
Tiger cheirou o pelo caramelo da criatura, depois começou a comer. O cheiro da presa invadiu a clareira e acordou a fome da gata. Ela lambeu os beiços pensando no gosto da criatura.
Tiger notou a fome de pata de céu e empurrou o corpo inerte do animal para perto da aprendiz:
-Pode comer também...-
Pata de céu agachou ao lado do amigo e os dois devoraram a criatura.
Depois de comer ninguém disse nada, o silencio prevaleceu na floresta deixando um clima esquisito, pata de céu tentou puxar assunto:
-Sabe eu ganhei uma competição bem importante de clãs..-
-Hum, que legal....- disse tiger tentando parecer distraído enquanto fazia círculos com a pata na neve.
Tudo estava muito quieto.
Tiger virou o rosto para as próprias patas evitando olhar diretamente a gata:
-Você está sangrando, sua nuca...-
Pata de céu olhou para seu flanco e percebeu o líquido vermelho escorrendo da ferida.
Ela ficou assustada e começou a lamber o pelo lavando o líquido vermelho. E então o corte voltou a arder.
-Você quer ajuda?..- tiger perguntou olhando a ferida.
Pata de céu fez que sim com a cabeça. O gato se sentou atrás dela e com os dentes removeu delicadamente as teias de aranha e começou a lamber o machucado com cuidado. Tiger terminou de lavar o pelo dela e catou algumas teias de aranha tentando imitar o curativo.
-Obrigada- ela agradeceu.
Tiger deu uma lambida amigável atrás de sua orelha:
-de nada, se precisar é só me chamar!-
-Tiger, você acha que já consegue andar? Se sim, acho que trazer nuvem sombria para olhar sua pata seria uma boa ideia..-comentou pata de céu.
-Sim, é melhor ela olhar antes de eu voltar para casa.- ele respondeu.
Pata de céu fez um gesto com a cauda se despedindo do gato.
Ela andava tranquilamente pela floresta enquanto o por do sol causava explosões de roxo e laranja nas nuvens escuras e as primeiras estrelas do tule de prata pairavam no céu.
A gata notou que a neve havia quase dobrado de volume e suas patas afundavam na superfície branca até os joelhos. Ela estava chegando no acampamento e podia sentir o cheiro acolhedor do clã da água se intensificando.
Quando pata de céu chegou no acampamento os gatos estavam trocando lambidas.
Ela foi até a toca de nuvem sombria:
-podemos conversar?-perguntou.
-Sim..-respondeu nuvem sombria.
-Pode ser em um lugar mais reservado?- pata de céu virou a cabeça para a esquerda e depois a direita conferindo se ninguém as escutava e sussurrou- É sobre tiger....-
Nuvem sombria concordou com a cabeça e as duas foram para fora do acampamento em uma clareira quieta:
-O que foi?-ela perguntou curiosa.
-Ele acha que precisa que você olhe a pata dele. Pode ser que não esteja curada totalmente mas ele pode andar até sua casa.- Pata de céu respondeu.
Nuvem sombria encarou o chão e fez uma cara pensativa:
-Certo...-
-Obrigada nuvem sombria- pata de céu respondeu.
-pata de céu, você continua tendo aqueles sonhos estranhos...?- ela perguntou com um tom preocupado.
-Não, eles pararam....-ela respondeu desconfiada.
Nuvem sombria tinha uma expressão tão indecifrável quanto coisas ocultas na névoa, seus olhos ambares fixos no céu.
Ela passou pelas arvores e fez um gesto indicando pata de céu a segui-la.
Pata de céu foi atrás da curandeira até sua toca.
Nuvem sombria pegou um galho com uma boa quantidade de bile de rato grudado na ponta
-Pata de céu, pode me fazer o favor de ajudar rabo torto com o bile de rato? Ele está reclamando de coceira...-
Pata de céu confirmou com a cabeça e agarrou o galho com a boca.
Ela andou até a toca dos anciãos, chegando lá rabo torto estava coçando a orelha com a pata:
-Nuvem sombria te mandou?-
-Sim, ela disse que você está com coceira.- a gata respondeu entrando no tronco oco.
o ancião se deitou e indicou atrás da orelha com a cauda:
-Acho que são pulgas...- ele disse.
Pata de céu cuidadosamente pingou algumas gotas do bile de rato na região:
-Mais algum lugar?-
-Não.
Pata de céu olhou em volta:
Asa de anis dormia calmamente em uma cama de musgo, mas nem um sinal de pé canela.
-Onde foi pé de canela?- perguntou pata de céu.
-Se não me engano, garra de pedra veio aqui e disse que estrela riscada a havia chamado...- respondeu rabo torto.
-De manhã?- falou pata de céu.
-Não. Foi ao sol alto.- rabo torto retrucou
Pata de céu estranhou:
-Nossa, mas ela já deveria ter voltado...-
-É, mas eu acho que era importante.- terminou rabo torto.
Continua.
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Gatos Guerreiros a profecia (REPOST)
Fanfictionuma gatinha meio clã recebe uma profecia do clã das estrelas, seu futuro está em perigo e um inimigo desconhecido causará caos na floresta. Pata de céu precisará arriscar sua vida para defender seus amigos antes que algo ruim aconteça.