Capítulo 20

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Depois de algum tempo correndo a pelagem gengibre de pata de salgueiro apareceu entre os pinheiros a frente. Porém, o pelo amarelado de pata de ouro não surgiu de trás das árvores, será que ela havia ficado presa em alguma armadilha.

-Deve estar se perguntando o que aconteceu com pata de ouro. – começou pata de salgueiro em um tom sádico.-Eu dei um jeito nela...- ele terminou apressando o passo.

Pata de céu tentou pensar no que teria acontecido com a gata, mas ela achou melhor se concentrar em ultrapassar pata de salgueiro.

O ar pesado e frio fazia pequenas colunas de neblina se formarem quando pata de céu arfava. As patas faziam barulho ao baterem com força no chão enquanto ela corria. Pata de salgueiro se esforçava para não deixar pata de céu passar a frente. Seu flanco diminuía e aumentava no ritmo da respiração e isso mostrava cansaço. Sinceramente, pata de céu também não estava em melhores condições que ele, os cortes da batalha contra garra de dragão ardiam como fogo.

Pata de céu sorveu o ar e percebeu nele um leve cheiro do clã da água, depois reparou na floresta, pinheiros altos, pouca neve e um ar humido e pesado....Ela estava na floresta dos pinheiros do território do clã da água, e isso significava que eles estavam chegando no fim da corrida.

Pata de céu usou as últimas força que tinha para tentar ultrapassar pata de salgueiro. Ela impulsionou o chão com força e como uma mola suas pernas a jogaram para cima. A gata aterrissou ao lado de pata de salgueiro e se impulsionou para a frente novamente. Pata de salgueiro não queria ser ultrapassado então se jogou em pata de céu empurrando-a para o lado tentando derruba-la. Pata de céu se afastou do gato, caso contrário acabaria caindo e ficando muito para trás na corrida. Os dois ofegavam soltando neblina pela boca, as patas da aprendiz estavam doloridas e molhadas pela neve, porém pata de céu insistiu em tentar. Pata de salgueiro não estava muito na frente dela, no máximo um cauda.

Ela respirou fundo e deu outro salto, maior que o anterior. Suas patas atingiram o chão a frente de pata de salgueiro e ela correu o mais rápido que pode ficando duas caldas a frente dele. Pata de salgueiro se enfureceu com a possibilidade de perder e com raiva voou nas costas de pata de céu cravando as garras entre as costelas. Suas pelagem tingiu de vermelho e os cortes da luta anterior abriram mais ainda. Pata de céu gritou e derrapou caindo de barriga no chão. Pata de salgueiro mordeu sua nuca. Ela sentiu os dentes do gato perfurarem a carne, antão sentiu um arrepio frio de dor passar entra e a nuca a fazendo emitir um silvo mudo. Sua visão estava embaçada e ela tremia, pata de céu sentia uma dor intensa na nuca que pata de salgueiro continuava mordendo. Ela precisava fazer algo ou acabaria morta.

Ela reuniu suas forças e impulsionou o chão pulando e caindo de pé com pata de salgueiro em suas costas. Ela balançou o corpo fazendo o inimigo ser jogado contra um dos pinheiros. Pata de salgueiro bateu com tudo no tronco grosso. Ela parecia desorientado e suas pupilas dilatavam e contraiam confusas. Ele se levantou mas mancava da pata esquerda.

-Ele avisou que era uma oponente forte....- ele arfou.

-ele quem?!-pata de céu gritou.

-Meu irmão, cérebro de camundongo!-ele respondeu áspero.

-Como assim?- respondeu pata de céu confusa.

-Pata de carvalho! Você que fez aquela maldita cicatriz no focinho dele! Agora todos o ridicularizam por não poder mais participar das patrulhas de caça! Ele era um guerreiro formidável antes disso...-pata de salgueiro suspirou- eu vou vinga-lo e você terá o que merece....- sua expressão fechou como uma nuvem de chuva.

Pata de céu engoliu em seco e pensou em uma estratégia, porém a única coisa que passava em sua cabeça era, seria possível que pata de carvalho contasse a seu irmão como pata de céu lutava e suas tácticas de combate, e assim formular um jeito de contra-atacar?

Isso só seria descoberto na prática.

Pata de salgueiro se jogou em pata de céu, ela estava lenta demais e não conseguiu desviar. Pata de salgueiro desembainhou as garras, porém antes que algo acontecesse, ela chutou a barriga dele com força, pata de céu se levantou com rapidez e desembainhou as garras afiadas para investir contra o inimigo. Pata de salgueiro sorriu sadicamente, para parecer maior e mais assustador colocou-se de pé em duas patas e arrepiou os pelos das costas, desse jeito parecia três vezes maior que a gata. Pata de céu percebeu que pata de salgueiro estava com a barriga exposta! Então chutou-a com força jogando pata de salgueiro para trás, o gato rolou pelo chão. pata de céu começou a se sentir cansada e o arrepio pela espinha voltou, sua visão embaçou e ela tossiu sangue. Pata de céu precisava ganhar, e rápido.

Pata de salgueiro se levantou porém, caiu novamente. Pata de céu se jogou nele e se esforçou para imobilizá-lo colocando suas patas sobre o pescoço do gato.

Os dois ofegavam e a nuca de pata de céu sangrava derramando sangue no pelo gengibre de pata de salgueiro. O gato se debateu e pata de céu o prendeu no chão com mais força:

-chega.- ela disse irritada

Pata de salgueiro silvou furiosamente para ela.

-Se-se voc-você não ficar parad-do, eu....-sua foz estava falhando.

-VAI FAZER O QUE?-ele cuspiu- Aposto que não teria coragem de me matar!

Pata de ceú desembainhou as garras para mostrar força e intimidá-lo. Pata de salgueiro suspirou e desviou o olhar.

-matar é errado, contra o código dos guerreiros....- ela soltou.

Pata de salgueiro silvou baixo.

Pata de céu metralhou-o com um olhar frio e continuou:

- você não pode mais continuar, eu ganhei.-

O gato suspirou e encarou pata de céu:

- eu só não vou continuar porque minha pata dói!- ele tentou usar desculpas.

- Não dê desculpas esfarrapadas, está enganando a sí mesmo!-ela disse tirando as patas de cima dele.

Pata de salgueiro fingiu que pata de céu não estava lá e virou o rosto. Depois se deitou para descansar um pouco.

Pata de céu suspirou e caminhou procurando o final do caminho da corrida, ela conseguiu ganhar, estava orgulhosa e tinha esperanças de deixar estrela riscada orgulhoso.

Então depois de alguns minutos andando, ela chegou na linha de chegada, suas patas estavam doloridas e ela estava cansada, porém orgulhosa de ter ganhado. Os companheiros de clã gritaram alto quando perceberam que ela havia conseguido a vitória. Mas pata de céu estava confusa pois não conseguia compreender as palavras deles e seus olhos estavam lentos. Logo sua visão embaçou e tudo ficou preto. Ela desmaiou.

Continua

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