Capítulo 15

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Pata de céu parou pelo caminho para levar alguma coisa a pilha de presas frescas, as nuvens começavam a acinzentar, logo a nevasca chegaria. A sorte dela foi conseguir chegar antes ao acampamento com dois camundongos e um coelho roliço.

-Pata de céu, acho melhor você ir para a toca de nuvem sombria, seu machucado pode infectar...- miou preocupada pata de amora.

As feridas não doíam por causa de tiger mas pata de amora estava certa, pata de céu precisava de um curativo.

A aprendiz se embrenhou nas vinhas que serviam como porta para a toca das curandeiras que era escavada em um morro de terra, tudo lá dentro tinha um cheiro acolhedor de ervas e musgo fresco. A claraboia no topo do morrinho tinha sido tapada pela neve, e agora estava bem escuro. Mas a luz fraca que passava pelas vinhas iluminava o chão, projetando a sombra de nuvem sombria se aproximando.

-Nuvem sombria, eu estou com uns cortes nas costas... pode me fazer um curativo? - perguntou pata de céu.

Nuvem sombria fez que sim com a cabeça, pegou um tufo de teias de aranha e umas folhas aveludadas com cores amarelas e esverdeadas.

- Pata de céu, você limpou seus machucados? Bom, você não costuma fazer isso... estão doendo muito? Você está muito machucada? – perguntou a curandeira preocupada.

O sangue da gata malhada gelou com a pergunta, ela confiava em nuvem sombria, mas achou melhor não contar oque aconteceu na cachoeira com tiger, não queria deixar a gata negra furiosa.

-Si-Sim, mas....hum... era por que estavam sangrando bastante...- ela miou tentando disfarçar.

Ainda bem... achei que estava mais machucada do que parece...ufa!- miou a gata negra aliviada- terminei os curativos.

Os bigodes de pata de céu sentiram a vibração de passos se aproximando, eram dois gatos. Logo pata de amora e pata de carvão apareceram:

-Há, você fala isso agora... Mas perdeu a prova e não vai representar o clã da água na prova das folhas caídas!- miou pata de amora ao gato negro.

-É....mas foi porque eu me distrai, se não fosse isso eu teria vencido! – miou ele segurando o riso.

-É... do jeito que você vive no mundo da lua...- retrucou ela arrumando algumas ervas e se sentando.

O gatão negro se sentou atrás dela e respondeu:

-Ta, ta...mas eu to falando a verdade...Se eu não tivesse me distraído teria ganhado! – miou ele ronronando.

-Ta bom, aham sei, pata de céu teria te vencido! – ela miou mexendo os bigodes.

-Viu pata de carvão, você devia ter se concentrado no inimigo, como eu te disse no treinamento... afinal pata de amora tem razão...voce vive no mundo da lua! – miou pata de céu entrando na conversa.

-Sabe oque eu acho pata de carvão?...- pata de amora miou pegando duas folhas, uma em cada pata e as pressionando contra as bochechas do amigo preto.- Um sanduiche de cérebro de camundongo!

Pata de céu e nuvem sombria caíram na gargalhada e pata de carvão rolou no chão ronronando enquanto pata de amora olhava a cena mexendo os bigodes e ronronando baixo.

-Ta bom, ta bom agora chega de brincadeira, pata de céu e pata de carvão, podem ir, eu e pata de amora terminaremos de arrumar as ervas curativas. Ah... me lembrei! Já que estão aqui, levem o bile de rato e ajudem os anciãos.- miou nuvem sombria.

Os dois assinalaram com a cauda e seguiram em frente com o musgo encharcado de bile de rato, aquilo cheirava mal. Pata de céu adorava visitar os anciãos, mas estrela riscada as vezes não a deixava visitá-los.

Gatos Guerreiros a profecia (REPOST)Onde histórias criam vida. Descubra agora