"Não sei o que está acontecendo
De onde você veio e por que demorou tanto
Tudo o que sei é que sinto que é a coisa mais real, de verdade
Algo mudou quando eu vi vocêOh, meus olhos não podem mentir
Você disse, eles são tão azuis
E eu amo como você está tão à frente
É muito cedo para dizer que eu estou me apaixonando?"Maybe (traduzida) -James Arthur
Você sabe que sua vida não é perfeita quando se depara com algo novo e de repente, como um estalar de dedos para pra pensar: caramba! O que é isso? O que está acontecendo comigo? Porque meu coração está se comportando dessa maneira? É o princípio de um infarto ou eu estava apenas dormindo todo esse tempo e não sabia, mas agora, num piscar de olhos estou despertando?
Minha mente está confusa, minha cabeça gira sem parar e meus olhos não param de piscar desacreditados, ainda perdidos...
Na garganta milhares de palavras estão entaladas ansiando para explodirem para fora, entretanto, eu não consigo verbaliza-las de forma precisa em uma frase coerente e lógica. Talvez...
Talvez eu esteja enlouquecendo. Talvez...
-Kai, seu loiro safado! Tá fingindo que não me ouviu, é?
Ouço a pergunta desaforada lançada em tom bravo vinda de algum lugar ao meu redor, porém mal tenho tempo de me virar para ver de onde vem, quando sinto uma mordida ardida atingir minhas costas na altura do ombro esquerdo.
-Ficou louca Lígia?
Eu grito dando um pulo adiante para escapar de seus dentes assassinos, e acabo colidindo de frente com Débora que vem na direção contrária a minha, e me olha de cara amarrada por manchar os tênis branquíssimos, que são sua maior obsessão nessa vida, ao pisar em seus pés.
-Kaile, eu juro que só não arranco teu couro na força do ódio porque você é minha dupla no trabalho que temos entregar na próxima semana para aquela professora desnaturada. Senão, você já estaria morto e enterrado no próximo minuto, seu mané. Olha só o que fez com meu calçado novinho em folha, com esse seu pezão enorme? Você arruinou ele!
Débora bufa com chamas de fogo saindo dos olhos, porém eu não me assusto tanto quanto deveria teme-la. Pulo para o lado e me escondo atrás dela, segurando em seus ombros estreitos como uma espécie de escudo, embora ela seja tão pequena quanto uma ave e não proteja muita coisa do meu corpo, para fugir da loucura de Lígia, a perseguidora da vez. Sabe-se lá que remédio errado a doida havia tomado hoje no café da manhã...
-Foi mal, Deb, mas a culpa é totalmente de Lígia! Ela que me atacou primeiro! Eu só estava tentando escapar quando você surgiu do nada na minha frente feito uma assombração.
Eu me defendo e acuso apontando o dedo na direção da morena com tendências perigosas, a poucos metros de distância.
-Pelo amor de Deus, vocês começaram cedo hoje? Não são nem sete horas da noite e já estão nessa palhaçada? Vai ser preciso eu ter que meter a mão na fuça dos dois para pararem de agir feito crianças? O que foi que aconteceu dessa vez?
Débora indaga sem um pingo de paciência conosco. Com um solavanco agressivo ela faz com que eu retire as mãos de seus ombros e me afaste de si.
-Eu não sei, pergunta para essa maluca aí. Foi ela quem me mordeu feito um animal selvagem.
Dou de ombros de modo displicente ao me posicionar ao lado de Deb, e encaro Lígia com um olhar irritado ao massegear com a ponta dos dedos a carne ferida no lugar em que fui atingido.
-O que foi que eu te fiz, Lígia? Pelo que eu me lembre nós dois estamos quites no momento. Você me fez pagar caro pela última pegadinha que te preguei. Então o que tá rolando agora?
Resmungo em um misto de contrariedade e insatisfação, ao que Débora cruza os braços na altura do peito e bate o pé ritmicamente no chão com certa impaciência e irritabilidade.
-Ainda bem que estou com a vacina antirrábica em dia...
Eu rio, Lígia revira os olhos e Débora me fita com um olhar sério e matador que diz cale a boca ou te farei engolir a língua nos próximos dez segundos. É claro que isso desperta em mim uma vontade ainda maior de rir, contudo mordo os lábios com os dentes na tentativa de suprimir a risada que cresce monstruosamente dentro de mim.
-Não é nada de novo, Deb. É só o Kai como sempre querendo me tirar do sério, não esquenta...
Lígia rebate fazendo pouco caso, o que me faz olha-la como se uma segunda cabeça tivesse surgido acima de seu pescoço.
-Eu? Como assim eu te tirei do sério, menina? Tá louca? Nem te vi hoje direito...
-Eu tô te chamando faz quase meia hora, seu sonso, e você não me responde. Está se fazendo de surdo enquanto eu estou bancando a maluca ao te gritar por todo o campus da universidade. Você deve estar achando isso muito engraçado, né?
Ela exclama com o nariz se enrugando e as pontinhas das orelhas afogueadas, o que pela experiência dos anos em que a conheço, é um sinal de que está prestes a protagonizar um piti de raiva. Lígia sempre foi uma pessoa muito transparente, fácil de ler as emoções com clareza.
-Ah não, Lígia... eu não estava te ignorando. Sinto muito, eu realmente não a escutei chamando meu nome. Eu...
Meneio a cabeça em negativa com sinceridade dessa vez, e então me recordo o motivo pelo qual eu não devo ter ouvido os berros escandalosos de Lígia.
Em minha mente dispara um click e meus olhos se desfocam perdidos em memórias recentes. Meu cérebro traz à tona em flashs rápidos as imagens que não esquecerei tão cedo.
Olhos sérios, marcantes e intensos. Uma voz que ainda abala coisas dentro de mim... Uma linda boca de lábios cheios e vermelhos como sangue, que guardam uma língua ferina e sagaz, fruto de uma mente afiada e desafiadora que eu estou mais do que curioso e disposto a conhecer.
Um mistério que estou prestes a desvendar muito em breve...
💔💔💔
Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem? Não esqueça de deixar sua estrelinha e comentário, tá bem? Que a força esteja com você ;)
Beijos borrocados de batom 😘
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Aprendizes -Os Bertottis #4 [Completo]
ChickLit[livro 4] Série Os Bertottis. O 1°Concorrentes, o 2° Subordinados e o 3° Transgressores. Kaile Bertotti é o terceiro filho de quatro irmãos. Sempre carismático e sorridente, ele esbanja charme por onde passa. Acostumado à boa vida e as amizades conq...