|KAILE|
Amara está me deixando completamente fora de mim. Desde o beijo no laboratório, algo mudou em mim, e eu não consigo ignorar mais o que sinto por ela. Ela tenta me evitar, fingir que não existe nada entre nós, mas eu percebo nos pequenos detalhes que ela também está sendo afetada. O problema é que, ao invés de admitir, ela foge. Toda vez que me aproximo, ela encontra uma desculpa para sair de perto ou mudar de assunto, como se estivesse tentando negar o que é óbvio. E isso me mata.
Hoje estou almoçando com Rodolfo, e a situação não sai da minha cabeça. Não consigo mais esconder de ninguém o que estou sentindo, especialmente dos meus amigos mais próximos. Rodolfo me olha do outro lado da mesa, percebendo minha expressão pensativa.
— Cara, você está muito aéreo ultimamente. Vai me dizer que isso tem a ver com a Amara?
Eu suspiro, encostando as costas na cadeira. — Não consigo mais parar de pensar nela. Sério, Rodolfo. Eu tô completamente apaixonado.
Rodolfo solta uma risada, mas não de deboche, e sim de quem já passou por isso.
— Então, qual o problema? Por que vocês ainda estão nessa de fugir um do outro?
— Ela não admite o que sente. Toda vez que tento me aproximar, ela se afasta. E, sinceramente, estou começando a ficar cansado de jogar esse jogo de gato e rato.
Rodolfo balança a cabeça, pensativo.
— Deixa eu te contar uma coisa que aconteceu comigo e com a Débora. No começo, tudo entre a gente começou de modo complicado, mas eu percebi que, se eu não tomasse a iniciativa de verdade, de confrontar o que estava acontecendo, nós nunca ficaríamos juntos, e isso só aconteceu depois daquele surto de ciúmes que ela teve da Amara.
— E o que você fez?
Ele sorri, o tipo de sorriso de quem venceu uma batalha complicada.
— Eu deixei claro para ela que não ia deixar as coisas como estavam. Falei dos meus sentimentos, fui direto ao ponto ao saber que ela sentia o mesmo por mim. Fiz ela entender que fugir não era uma opção para nós dois, e que o que tínhamos era real.
— E deu certo? — pergunto, já sabendo a resposta, mas curioso sobre como ele lidou com a situação.
— Olha onde estamos agora, Kaile. Estamos juntos, felizes, mais próximos do que nunca. Às vezes, você só precisa ter coragem de arriscar, cara. Para de hesitar e faz o que tem que ser feito. Se você realmente gosta da Amara, como está dizendo, então para de esperar que as coisas se resolvam sozinhas.
Eu o encaro por um momento, as palavras dele ecoando na minha mente. Ele tem razão. Não dá mais para ficar esperando que Amara mude de atitude por conta própria. Se eu quero que algo aconteça, preciso fazer acontecer.
— Você está certo — admito, um peso saindo dos meus ombros à medida que falo. — Acho que está na hora de encurralar a Amara de vez.
Rodolfo sorri, satisfeito com minha decisão.
— É isso aí, cara. Mostra pra ela que você não tá de brincadeira.
Nos despedimos, e, enquanto caminho para casa, um plano começa a se formar na minha mente. Sei que não posso simplesmente forçar Amara a admitir seus sentimentos. Isso teria que ser feito com cuidado, sem pressão, mas com clareza. E, de alguma forma, preciso encontrar um jeito de fazê-la parar de fugir.
Quando chego em casa, vovó Eliza está sentada no sofá, com uma expressão de quem está prestes a me bombardear com perguntas. Ela adora a Amara, e sei que desde a última vez que a levei para a casa, não para de falar dela.
— Kaile, meu querido, e a sua amiga Amara? Quando é que ela volta aqui? — ela pergunta, me lançando um olhar suspeito. — Você sabe que eu gostei dela. Uma menina inteligente, com atitude.
Eu sorrio, sentando ao lado dela no sofá. — Não se preocupe, vovó. Em breve você terá uma surpresa. E acho que vai gostar muito.
Ela estreita os olhos para mim, percebendo o tom de mistério. — Surpresa? O que você está tramando, hein?
— Nada demais — respondo, fingindo inocência. — Só que acho que a senhora terá mais visitas da Amara daqui pra frente.
Ela sorri, satisfeita, e volta a assistir seu programa de TV. Mas, por dentro, estou montando mentalmente todos os detalhes de como vou lidar com essa situação amanhã. Não posso perder mais tempo. Chega de ficar apenas à espreita, esperando que as coisas mudem sozinhas. Preciso fazer Amara perceber que não há mais volta.
No dia seguinte, estou decidido. Pego meu celular e mando uma mensagem casual para Amara, convidando-a para resolvermos algumas coisas do nosso projeto. É uma desculpa simples, mas vai me dar a oportunidade que preciso para ficar a sós com ela. Ela responde depois de algum tempo, aceitando. Ótimo.
Quando finalmente a encontro no campus, ela já está com aquela expressão de quem prefere estar em qualquer outro lugar. Mas, assim que tento puxar assunto sobre o projeto, ela desvia o olhar, evitando qualquer contato visual.
— Amara, você está fugindo de novo — digo, cruzando os braços, sem tentar esconder meu tom irritado.
— Não tô, Kaile. Só... tenho muita coisa para fazer — ela responde, sua voz carregada de desculpas.
— Não tô pedindo para você me dar um tempo que não tem. Só quero que você pare de fugir de mim, de nós. — As palavras saem com mais força do que planejei, mas não dá mais para segurar.
Ela fica em silêncio, obviamente desconfortável com o rumo da conversa, e isso só me faz ter mais certeza de que estou certo. Ela sente o mesmo que eu, mas está lutando contra isso.
— A gente precisa resolver isso, Amara — continuo, tentando manter minha voz mais calma. — Não dá mais para fingir que nada aconteceu entre nós.
Ela tenta se afastar, mas eu a encurralo, prendendo-a entre mim e a parede mais próxima. Seus olhos se arregalam, e pela primeira vez em muito tempo, ela não tem para onde correr. Não estou sendo agressivo, mas deixo claro que não vou deixá-la escapar dessa vez.
— Kaile, o que você está fazendo? — ela pergunta, a voz baixa e nervosa.
— Estou tentando resolver isso, de uma vez por todas — digo, encarando-a nos olhos. — Para de fugir, Amara. A gente sabe que tem algo aqui, entre nós, e eu não vou fingir que não existe.
Ela fica em silêncio por um momento, o rosto vermelho de tensão. Mas, finalmente, vejo seus ombros relaxarem, como se estivesse se rendendo.
— E se der errado? — ela sussurra, a voz cheia de incerteza.
— E se der certo? — rebato, me aproximando mais, até que nossos rostos estejam a poucos centímetros de distância. — Eu tô disposto a arriscar, se você estiver.
Ela me encara, mordendo o lábio, e posso ver o conflito interno em seus olhos. Estou prestes a beijá-la, mas me seguro, esperando que ela faça a escolha. E, então, lentamente, ela se inclina na minha direção.
💔
Hello! Lembre-se da estrelinha e comentário. Mil Beijos, Sra.Kaya 😘
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Aprendizes -Os Bertottis #4 [Completo]
Literatura Kobieca[livro 4] Série Os Bertottis. O 1°Concorrentes, o 2° Subordinados e o 3° Transgressores. Kaile Bertotti é o terceiro filho de quatro irmãos. Sempre carismático e sorridente, ele esbanja charme por onde passa. Acostumado à boa vida e as amizades conq...