Prólogo

1.1K 106 83
                                    

"Irmão, me deixe ser seu abrigo
Nunca o deixarei sozinho
Eu posso ser aquele aquele que você pode ligar
Quando você estiver para baixo
Irmão, me deixe ser sua fortaleza
Quando os ventos noturnos estiverem impelindo
Ser aquele a iluminar o caminho
Te trazer para casa

E quando você ligar e precisar de mim por perto
Dizendo aonde você foi?
Irmão estou bem aqui
E naqueles dias quando o céu começa a cair
Você é sangue do meu sangue
Podemos enfrentar tudo"

Brother (Traduzida)- NEEDTOBREATHE  feat. Gavin DeGraw

 Gavin DeGraw

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Bom, não sei o que dói mais, se é meu corpo ferido que a cada dia luta para se recuperar dos traumas físicos que lhe foram infligidos ou se é minha mente tão machucada e destruída com as imagens e lembranças que ainda insistem em me perseguir durante a noite ou mesmo quando fecho olhos por alguns míseros segundos que seja. 

Dói. Tudo dói. 

Estou aqui escondido nesse momento em uma cama de hospital, querendo me isolar do resto do mundo, das notícias ruins que não param de chegar a todo instante, de ter que encarar nos olhos os poucos amigos que me resta, se é que ainda há alguma amizade para se salvar, e enxergar a mesma dor ou pior refletida na alma de cada um deles. 

Dói para caramba, por isso tento adiar ao máximo o minuto do nosso encontro. Talvez se eu tivesse... me esforçado só mais um pouquinho, ou talvez não tivesse tido aquela estúpida ideia... talvez nada disso teria acontecido. Todos estariam vivendo suas vidas normalmente, conseguiriam um emprego bacana, teriam encontrado o amor e alcançado o sucesso que tanto almejávamos durante os anos de graduação. Porém, quando havia chegado a hora de fazermos acontecer, de brilhar dos portões da universidade para fora, a vida resolvera quebrar nossas pernas e esmagar nossos ossos ruidosamente com uma rasteira dolorosa. Muito dolorosa.

-Desculpe incomodá-lo senhor Kaile, mas há algumas pessoas que querem vê-lo. Estão em... -Glória, a enfermeira que cuidava de mim na maior parte do tempo desde que eu acordara em uma cama de hospital, chega avisando mais uma vez, mesmo que eu já tenha deixado claro a ordem de que não receberia ninguém além da equipe médica que cuidava do meu caso.

-Eu já pedi duzentas vezes, porque sempre tenho que repetir? Eu não quero e não vou receber visitas. Fui claro? Por favor não insista novamente, pois não gosto de ser grosseiro com você, Glória. -digo cobrindo os olhos com um braço e sinto a agulha que se ligava ao soro pinicar com o movimento.

-Mas... -ela ainda tenta insistir mais uma vez, entretanto para por um momento, parece pensar melhor e por fim milagrosamente desiste de me persuadir como sempre faz. -Você é quem sabe. -ela dá de ombros e vai embora com uma careta de desagrado no rosto.

Fico sozinho novamente com silêncio a preencher o lugar, interrompido apenas pelos bips e sons das máquinas que se intercalam de segundo em segundo. Alguns minutos depois e ouço uma confusão se inciar no corredor do lado de fora.

Aprendizes -Os Bertottis #4 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora