Robert
Estou a horas parado em frente ao túmulo do meu pai, não sei porque ainda o chamo assim, quando estava vivo era para irrita-lo, para provar que por mais que me abominasse eu carregava seu sangue e ele não poderia fazer nada para impedir isso. Não faço ideia do porque eu vim aqui, após sair de uma reunião com os advogados, dirigi sem rumo e vim parar aqui.
- Robert, recebemos noticias de algumas pessoas que seu primo está mudando algumas coisas, e vindo para a cidade - meu advogado diz.
Estou sentado nessa sala ouvindo eles falar a mais tempo do que gostaria, estão me atualizando sobre algumas questões burocráticas que envolve a empresa.
- O que andam falando no mercado - Mic pergunta depois de ver que eu não faria isso. Não, porque o assunto não me interessa, mas porque hoje simplesmente estou aéreo.
- Estão dizendo que a empresa mudará de dono nos próximos meses - Dr. Rogerio diz - eles estão meio instáveis em fechar acordos com a gente, parece que seu primo está fazendo algumas promessas.
Encaro o homem a minha frente, mas minha cabeça está no passado, quando meu primo e eu éramos pequenos, não me lembro quando começou essa competição entre a gente, essa vontade de ganhar do outro, no início era uma coisa saldável, mas com o tempo Jorge acabou levando isso para um novo nível. Tudo após eu ficar com uma menina que eu nem sabia que ele gostava no começo da nossa adolescência, depois disso ele se aproximou mais do meu pai, já que os seus viviam viajando ai nossa relação mudou por completo as competições passaram a serem mais agressivas ele era agressivo comigo, acabamos nos afastando e os laços entre a gente acabou, restando só esse vinculo sanguíneo que não serve de nada.
- Pode acalmar as pessoas - digo convicto - a empresa não saíra das minhas mãos.
O advogado olha para Mic, e este apenas balança a cabeça.
- Alguma coisa a acrescentar Dr. Rogerio ? - pergunto e ele me encara.
- Não me leve a mal Robert - ele começa - mas não temos certeza quanto ao fato da empresa continuar nas suas mãos.
- Mas é pra isso que eu pago uma fortuna para vocês - digo - devem achar uma forma de anular isso.
- Já conversamos sobre isso Robert, não tem o que fazer - Dr. Rogerio diz - procuramos todas as brechas possíveis no testamento, até tentamos alegar a incapacidade do seu pai, mas não foi possível .
- Você vai continuar procurando - digo ríspido - não acredito que não tem como achar uma brecha, estamos entendido Dr. ?
- Continuaremos procurando Robert - ele diz se levantando - mas não a nada que nós podemos fazer.
Não digo mais nada, ele se levanta e fica somente eu e Mic na sala.
- Você sabe que ele está certo - ele começa - não tem nada que eles possam fazer.
- Droga, não posso desistir assim - digo me levantando, indo para a porta estressado - ele não vai levar essa para cima de mim.
- Você ainda deixa ele comandar você - Mic diz quando ponho a mão na maçaneta - você tem que viver sua vida, saber o que é mais importante sua briga com seu pai, ou a sua empresa.
Saio da sala sem dar uma resposta para Mic, porque eu mesmo não a tenho.
Continuo olhando para onde está uma das pessoas mais mesquinhas que já conheci.
- você tinha que tentar ferrar com tudo até morto não é? - pergunto com raiva - não ficou satisfeito de foder com tudo enquanto estava aqui, tinha que continuar acabando com a minha vida dai.
Olho para a foto na sua lapide, e para minha tristeza vejo meus olhos no dele, não queria ter nada dele em mim, droga nem a merda do nome eu queria, só queria que ele tivesse sumido da minha vida, mas não até da merda do túmulo ele continua me atormentando.
- Nem você ele deixou em paz - digo olhando para o túmulo ao lado do dele, o túmulo da minha mão. Essa foi uma das cartadas finais dele, exigir que fosse enterrado ao lado da minha mãe, quem não conhece a história acha que foi por amor, mas não foi isso, foi para dar um tapa em mim, para provar que ele a teria. O miserável até morto dava um jeito de infernizar minha vida.
Não sei quanto tempo estou aqui, já está na hora de voltar para a empresa, e encarar a realidade da situação.
Anelise
- Sinto muito, senhorita Kitman - o senhor a minha frente diz - é muito dinheiro, e os boatos correm, nossa banco não pode dar o luxo de um investimento tão arriscado assim.
Estou em uma reunião com o CEO, do Banco ONE, um dos maiores do nosso pais, como nas últimas reuniões, recebi mais um não.
Decidi buscar pessoas que poderiam investir na nossa empresa, ou até mesmo nos fazer um empréstimo, mas nos últimos dias tudo o que recebi foi um não, mesmo oferecendo 30 % das nossas ações, eles não querem arriscar, e pior quando mais tempo passa, mais os boatos da nossa situação financeira precária corre, tornando quase impossível de conseguirmos algum investidor.
- Agradeço por me receber, senhor José - digo me levantando.
- Não tem o que agradecer - ele diz apertando minha mão - adoraria poder ajuda-la mas você entende nossa situação.
- É claro que entendo - digo - tenha uma boa tarde.
Saio da sua sala com o coração na mão, a cada não minha esperança diminui, Trev disse que seria quase impossível conseguir alguém disposto a investir 5 milhões de reais em uma empresa de Construção, os 5 milhões são somente a porta de entrada para nos reerguermos. Após contornarmos essa crise, conseguiremos estabilizar nossas finanças, assim espero, mas o destino não está a meu favor.
Peço um carro pelo aplicativo, já que hoje estou sem motorista, enquanto entro no Taxi meu celular toca, reconheço o número como o a da mesa da minha secretária.
- Boa tarde senhorita - ela diz - consegui marcar uma reunião com o senhor Michael da Downey Petró.
- Maravilha, espera um minuto - digo para Patrícia - senhor pode ir para a empresa Kitman - digo ao motorista e ele apenas concorda. - Quando será a reunião Patrícia ?
- A secretaria disse que ele tinha um horário daqui uma hora - ela diz - e outro no final da semana. Decidi ligar para perguntar qual horário marca.
Dou uma olhada no relógio em meu pulso, são 14:30 da tarde, acredito que dá para passar na empresa Downey, antes de reunir com meu pai e Trev na empresa.
- Marca para hoje - digo e desligo o celular - senhor, siga para a empresa Downey Petró.
Estou com uma sensação boa me parece que irei conseguir resolver esse assunto.
Se não conseguir nem quero pensar no que irá acontecer conosco, as meninas nem sonham que podem ter que abdicar de seus sonhos, afinal manter as d7as fora do país é muito dispendioso financeiramente.Bom dia! É aí me digam o que acharam do capítulo de hoje.
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Nada mais que um acordo - Irmãs Kitman LIVRO I
RomansaAnelise precisa de um investidor para salvar a empresa da família, já Robert precisa de uma esposa para assim assumir o comando da empresa deixada pelo seu pai. Vendo a oportunidade em sua frente, Anelise propõe um acordo para Robert, um casamento...