Vivo mendigando amor, sentado na sarjeta da desilusão. Criando belas estrofes destrutivas ritmadas pelas gotas de garoa que se estatelam num suicídio indo de encontro com o asfalto noturno. Os meus cigarros são queimados vivos, em oferenda ao torpor do qual jamais abro mão. Torpor, ah que beleza proporcionada pelas reações químicas. Não importa qual seja, desde que inflija ao meu corpo, sensações de alívio, que cá entre nós, são sensações que como tempo se tornam mais escassas.
Nessa peregrinação filha da puta, regada à romances decepcionantes, obsessões por olhos sedutores e dores não externadas. Pouco são os artifícios, poucas são as munições que ainda me deixam seguro, dentro dos meus próprios devaneios. Cheguei ao derradeiro ponto de compreender meu vício em sofrer.
Mas entendo e agradeço os percursos da vida. Nesse aforismo sem motivações só tenho a agradecer aqueles corações que me feriram e aqueles que infelizmente também torturei:
Obrigado pelas memórias, agora morram. E permaneçam felizes no limbo de nossas vidas.
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Perpétua Tortura |Ou| A luxúria que escorre
PoetryAforismos, contos e "poemas" sobre a bestialidade das relações