No vazio da fantasia minha mente cria, recria, germina sofrimentos e soluções. Tudo o que é precioso se torna um antro de vícios, tudo que perdura tedioso morre num estalar de dedos. Medicado eu me torno um panteão de inseguranças, feito um narcisista arrogante voando com suas asas de cera, tentando alcançar o inalcançável. Eu minto na minha própria cara, dizendo que está tudo bem, eu rogo preces aos sete cantos do mundo.
Mas basta que eu me desconecte de tudo e inicie uma autodestruição com um único estampido de uma bala que ecoa pela eternidade. E faça com que os Deuses me ouçam. Pois, no vazio da fantasia eu sou o criador e o carrasco, o bondoso e o sadomaso. E nenhum outro ser consegue perturbar o meu tão amado vazio fantástico.
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Perpétua Tortura |Ou| A luxúria que escorre
PoesiaAforismos, contos e "poemas" sobre a bestialidade das relações