Capítulo 01|Segredos de família

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Terminei de lavar minhas mãos e as sequei no primeiro pedaço de pano esfarrapado que avistei em minha frente

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Terminei de lavar minhas mãos e as sequei no primeiro pedaço de pano esfarrapado que avistei em minha frente. Olhei para elas de maneira minuciosa procurando por qualquer vestígio de argila que tivesse restado, já estava atrasado e tinha absoluta certeza que meu pai odiaria ver que sentei a mesa em um estado deplorável.

── Mãos limpas. Só espero que ele não tenha acordado mais cedo hoje. - desejei saindo as pressas do ateliê.

Andei a passos rápidos pelo longo corredor que não parecia ter um fim visívele cheguei nas escadarias antes mesmo do relógio bater oito horas em ponto. Parei e encarei os degraus, então optei por descer pulando de dois em dois os lances, internamente pensando que casas não deveriam ter escadas mas sim elevadores. Assim que cheguei ao fim dela me ajeitei e arrumei minhas vestimentas, pronto para entrar na sala de jantar.

Quando coloquei meu primeiro pé no recinto de forma despreocupada a primeira coisa que escutei foi um certo alguém limpar sua garganta com força, fazendo toda a questão de chamar minha atenção.

── Esta atrasado Pietro, como sempre. - ouvi a voz grave do meu pai me repreender. Encolhi meus ombros por um momento e girei meu corpo para o ver. Ele estava sentado na ponta, o seu lugar de sempre, e em seu rosto havia uma expressão séria. ── Onde você estava? Sabe que eu detesto chegar a mesa e não encontrar meu filho me esperando para tomarmos café juntos.

── Eu estou aqui agora, não estou? - falei puxando uma cadeira para me sentar. ── Estava no ateliê. Precisava trabalhar em uma peça que preciso apresentar na próxima semana.

── Espero que não esteja deixando de lado seus estudos mais importantes só para ficar se dedicando a fazer essas... Essas pecinhas de barro. - comentou com certo desdém.

── Pai, não começa. - pedi tentando evitar uma possível discussão já logo pela manhã.

── Filho, eu gostaria tanto que você estivesse se dedicando apenas a um curso do meu agrado e que fosse importante para o seu futuro.

── O senhor sabe que ciências econômicas não é e nunca foi o meu foco, né? Eu só estou cursando porquê não tive escolha. Ah, e mesmo que eu não goste, isso não significa que vou me descuidar, então o senhor pode ficar tranquilo em relação a isso. - avisei enquanto servia um pouco de suco de melancia para mim. Se dependesse da minha língua afiada, aquela discussão não seria evitada.

── Você pode até não gostar, mas ainda sim não deixa de ser importante para o seu futuro. - ele colocou as mãos sobre a mesa, aproximando mais o corpo do mármore branco. ── Do nosso futuro.

── Futuro esse que eu nunca pedi! - retruquei começando a ficar irritado com toda aquela chateação.

── Pietro, você sabe que não pode fugir das suas responsabilidades. Quando eu morrer.

Até Que Você Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora