Capítulo 05|Eu te salvei

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Permaneci todo o caminho encarando minha mão, o sangue nela já estava seco e aquele carro preto me levava para um lugar que eu não sabia onde ficava

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Permaneci todo o caminho encarando minha mão, o sangue nela já estava seco e aquele carro preto me levava para um lugar que eu não sabia onde ficava. O tempo ali dentro parecia não passar e eu só me permiti ficar mais aliviado quando senti o veículo diminuir sua velocidade, olhei para o lado de fora ainda dentro dele e observei o local. Era uma casa estupidamente grande, e como havia pensando ela realmente parecia ficar afastada da cidade ─ pois eu sequer tinha noção de onde estavamos. Haviam muitos pinheiros e uma floresta densa deles por onde quer que eu olhasse, alem de muita neblina intensa e montanhas altas mais a frente.

Apesar de tudo ser monótono e coberto de névoa, passando completamente um ar de solidão e tristeza, o lugar era muito bonito e essa beleza ficava bem ressaltada. Aquilo era inegável.
Assim que o carro passou pelo portão ele adentrou a garagem. Dois homens fortemente armados guardavam a entrada no alto de dois pequenos observatórios, uma cabine fechada com vidros transparentes. Quando paramos Victor saiu, caminhou até a porta do passageiro e abriu a porta para que eu saísse. Toda aquela pequena gentileza foi momentânea, pois logo quando desci ele agarrou meu braço com força.

── Ai! Eu já disse que não vou tentar fazer nada. - reclamei olhando para ele com uma cara feia.

── Eu não confio em você. - ele respondeu fechando a porta do carro, me puxando em seguida.

Victor dispensou os seguranças que nos acompanharam durante todo o caminho e eu os vi se dispersarem. Todos ali pareciam se tratar como família quando eles cumprimentaram os outros com toques de mãos e sorrisos, aquela alegria me irritava e eu não iria ceder a nada. A residência onde Victor morava se parecia muito com um grande chalé ou uma casa de campo, o lado de dentro trazia toda a estética rústica do lado de fora. Nada de lustres elegantes e exageradamente grandes, muita cor em tons cinza, preto e amadeirado.

── Safira. - Victor chamou pelo seu nome assim que entramos na cozinha. Poucos segundos depois uma mulher surgiu no cômodo.

Safira era muito bonita.
Pela sua aparência eu julgava que ela teria entre trinta e trinta e poucos anos, era alta, possuía longos cabelos lisos e negros que estavam amarrados em um rabo de cavalo alto. Ela estava toda trajada em roupas pretas; Um corset justo que valorizava suas curvas, calça social e um salto fino.

── Pensei que iria levar a noite toda. Que bom que está de volta e bem. - Safira direcionou sua atenção para mim e me olhou de cima a a baixo, sorrindo em seguida.

── Não precisava ficar preocupada, sei me cuidar. Agora eu preciso que você cuide disto. - Victor mostrou meu ferimento para ela. Safira arregalou o olhar, visivelmente preocupada.

── Você realmente não tem cérebro! Me de ele, isso pode acabar infeccionando.

── Não fui eu quem o machucou. Ele se cortou sozinho. - Victor revirou os olhos e me empurrou de forma tranquila ao colocar as mãos em minhas costas. Parei ao lado de Safira e olhei para ele. ── Eu estarei te esperando no meu escritório. Não faça nenhuma gracinha, entendeu? - não o respondi. Permaneci em silêncio esperando que ele saísse da cozinha para finalmente poder deixar minhas lágrimas caírem.

Até Que Você Me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora