── Eu acho que isso é tudo que faltava. - comentei, voltando para a sala com algumas coisas em mãos.
Verônica se aproximou segurando dois copos com suco de limão e entregou um para mim. O peguei e dei uma boa golada no líquido. Estava morrendo de sede. Algumas das minhas coisas haviam ficado na casa dela quando sai da casa de Victor mas agora que nós dois haviamos nos entendido eu tinha que pegar o que estava faltando de volta.
Ela se sentou na poltrona com as pernas cruzadas e me observou em silêncio organizar tudo que peguei dentro da caixa de papelão média. Não podia negar que Verônica estava estranha, talvez mais distante de mim desde o meu sequestro.
── Realmente quer voltar para aquela casa? Você sabe, para mim não é problema algum você morar aqui. - ela comentou. ── Esse apartamento é bem grande e muito vazio as vezes. - encerrou, dando um risinho baixo.
── Eu sei o que você está pensando sobre isso. "Oh meu Deus, como ele pode voltar para a casa de um cara que acabou com a vida dele?" - debochei, fechando a boca da caixa com uma fita. ── Mas eu estou bem. De verdade.
── É. Estou vendo mesmo que você parece muito bem. - seu tom parecia um pouco ácido e acusatório.
Me virei para ela.
── Eu não estou te entendendo.
Ela suspirou.
── Só estou dizendo que você perdoou bem fácil todas as coisas que ele te fez.
── Eu não esqueci, apenas estou seguindo com a minha vida. Eu queria muito fugir de todo aquele pesadelo mas naquela época, porque agora. - fiquei em silêncio, procurando palavras para continuar. ── Agora é diferente.
Um fino sorriso se formou em meus lábios quando olhei aquela pequena joia em meu dedo. Eu estava feliz. Eu o amava, ele me amava. Estava tudo perfeito naquele momento e nada estragaria aquela perfeição. Eu havia encontrado uma razão para continuar vivendo em meio a tanto caos.
── Olha, eu não quero discutir. - andei até Verônica e me sentei na beirada da mesinha de centro. Segurei as mãos delas e a olhei com ternura. ── Verônica, você é minha melhor amiga. Não consegue ver o quanto eu estou feliz?
── Mas a que custo? O quanto valeu essa felicidade Pietro? Olhe para você. Eu já nem sei se te conheço mais.
── Mas é claro que me conhece. Eu ainda continuo sendo o mesmo e você continua sendo você. Nada mudou.
Verônica desceu o olhar para as minhas mãos e os fixou na minha aliança. Ela voltou a atenção para mim e ergueu meu braço, como se quisesse me mostra-lo.
── O que é isso então? - questionou, segurando firme meu pulso.
── Era por isso que eu vim também. Queria te contar sobre e te convidar para um.
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Até Que Você Me Ame
Storie d'amoreQuando Pietro descobriu por acaso um segredo que o pai escondia de todos ele nunca pensou que isso lhe custaria seu futuro, mas é após a morte do homem que ele vê o seu caminho se cruzar com o de Victor, um rapaz que faria o possível e o impossível...