Madeira e Água - Parte três

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Aproveitando as poucas sombras ainda presentes nos metros que os rodeavam, os Megshas atacavam como podiam, tentando evitar o brilho excessivo das lamparinas acesas

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Aproveitando as poucas sombras ainda presentes nos metros que os rodeavam, os Megshas atacavam como podiam, tentando evitar o brilho excessivo das lamparinas acesas. Os corajosos suficiente para se esgueirar, tinham a infelicidade de encontrar o seu fim pela espada esverdeada de Razor, que em transe, bradava-a como ninguém, numa dança bem coreografada de fazer inveja a qualquer bailarino. Um a um, tombavam inertes, provocando um eco característico pelos ventos que os transpunham em velocidade, conforme Ran guiava a embarcação rumo à luz do dia que os esperava. Não fosse pelo medo de apagar o fogo que os mantinha vivos, aceleraria o veículo a velocidades mais intensas, tamanha a vontade que tinha de chegar a bom porto.

As sombras do combate, criadas pela luz tímida do local, moviam-se com lepidez, curvando-se e estreitando-se conforme os movimentos dos seus atores iam sendo forjados, servindo de foco de concentração para Ran, que sentindo um cansaço generalizado instalar-se, mantinha-se rijo e firme.

Não devem's aj'dar? Perguntou um dos piratas, num estado completo de atonia, à medida que observava os movimentos perfeitos do Sacerdote.

Achas que ele precisa da vossa ajuda? Indagou Ran, incrédulo com a possibilidade. Se fossem até lá, só o iam atrapalhar! Vocês são uns inúteis! Barafustou, sentindo o peso do barco a crescer, notando a força da sua magia diminuir. Merda, não vou aguentar muito tempo. Pensou, fitando o horizonte longínquo em busca de algum vislumbre luminoso que indicasse o fim da sua tortuosa jornada.

Tem razão Capitan! Admitiu outro dos homens, com o rosto assolado pelo suor do medo.

Pelo que lhe parecia, podia jurar que os números dos monstros continuavam a crescer, aparecendo cada vez mais, de formas e tamanhos diferentes, mas todos com o mesmo apetite voraz para os consumir. Agora, em vez de atacarem individualmente, começaram a mover-se em duplas bem sincronizadas, que, inicialmente, provocaram alguma preocupação a Ran. Contudo, acalmou-se, mal viu a facilidade com que o seu convidado os despachava, aumentando a leveza dos seus movimentos, que ao longe, pareciam ser feitos numa velocidade desumana.

A dada altura, devido ao elevado número de corpos desfigurados que ali se amontoavam, Razor passou a ter de batalhar por cima deles, num verdadeiro caos aterrorizador, capaz de provocar o esvaziamento do estômago mais robusto. Para além da carne em putrefação, toda a cena era pintada com os tons amarelados do sangue viscoso que as bestas largavam quando cortadas, começando a corroer a madeira escura do chão, formando bolhas de grande proporção.

Quanto tempo? Atirou o Sacerdote, entre golpes.

Não sei. Pelos meus cálculos, com a velocidade que vamos, já devíamos ter passado. Ponderou, lembrando-se da rota memorizada na sua cabeça. Já estás cansado?

Não. Cuspiu, como se a pergunta fosse uma afronta à sua pessoa. Mas eles estão a ficar mais atrevidos. Explicou, apontando para a parte de trás de Ran, onde a luz ofuscava com mais intensidade. Mesmo com o brilho intenso, as criaturas começavam a aparecer, mostrando um desespero enorme, que mesmo em dor, as fazia avançar. Não consigo estar em todos os lugares ao mesmo tempo!

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⏰ Última atualização: Jun 22, 2021 ⏰

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