Calisto estava satisfeito com sua vitória. O cavaleiro vermelho fora trazido a sua presença, ainda vestindo sua armadura encantada. A espada, muito quente, era trazida envolta em panos molhados que emitiam grande quantidade de vapor.
A visão da armadura e do escudo forjados em um estranho metal vermelho fez o coração do jovem acelerar. Os brasões e inscrições eram iguais aos que vira na necrópole. Eram idênticos aos brasões usados por Thoudervon. O que isto poderia significar?
O menino ordenou. – Retirem o elmo, quero ver seu rosto.
Um soldado respondeu hesitante, – Senhor, nós.. já tentamos, mas, mas.
– Soltem suas mãos.
– Mas senhor, ele..
– Cale-se! Não perguntei sua opinião. Apenas obedeça!
O soldado tremendo, sem saber quem temer mais, Lorde Calisto, ou o Cavaleiro Vermelho, obedeceu-lhe relutante.
Calisto intimou o cavaleiro, procurando seus olhos através das fendas na armadura. – Vamos cavaleiro, retire seu elmo, desejo encarar-lhe.
Vermelho obedeceu, retirando o capacete sem pressa. Calisto torceu a boca e o nariz, enojado pela visão do rosto do cavaleiro. Parecia derretido. Era tão feio quanto Weiss, e possuía olhos verdes, amarelados e muito vivos. Seu cabelo era ralo, quase ausente e faltava-lhe carne nas bochechas, deixando à vista a arcada dentária.
– Você é muito feio. – comentou Calisto com sinceridade. – Mas já vi piores – e sorriu sarcasticamente.
– Tenho certeza que viu. – respondeu o cavaleiro, muito calmo.
O jovem observava a feiúra da Vermelho, mas estava abstraindo. Sua mente agia de forma intensa, buscando informações valiosas sobre a rebelião. Mas o contato com a mente do cavaleiro não fora nada satisfatório. Havia algo muito estranho e não conseguia extrair pensamentos.
– Por favor, dispa-se cavaleiro.
Vermelho obedeceu, desatando uma a uma, as partes de sua armadura. Fez tudo sem tirar os olhos de Calisto. Quando terminou, Calisto sentia-se desconfortável, incomodado pela presença do cavaleiro.
– Não gosto de sua atitude. Vamos ver se continuará assim, depois que o levar para Thoudervon.
Vermelho continuou impassível, como se o nome mencionado não fizesse o menor sentido.
– Diga-me cavaleiro, por que luta ao lado dos rebeldes? Há algo em você... não é como os outros rebeldes.
– Luto por motivos pessoais. Por acaso, lutei ao lado dos rebeldes, porém...
– O que?
– Nada. Como disse, luto por motivos pessoais.
– Entendo. Imagino que não queira falar sobre seu lado pessoal comigo.
– Não quero e não vou.
– Como quiser. Antes de levá-lo para Thoudervon, vamos exibi-lo para o povo. Quero que vejam com os próprios olhos que tipo de demônios deformados são os rebeldes. – Fez uma pausa e ordenou aos guardas. – Levem-no!
Mais tarde na torre, Calisto recebia notícias excitantes, um pacote e uma carta. Na mesma noite do ataque ao forte de Lenidil, um pequeno grupo de espiões, que talvez fossem rebeldes, atacou o castelo do Barão de Fannel. O povo ainda não sabia, mas o barão não estava mais entre os vivos.
– Isso é tudo que sabe, Rayan.
– Não senhor, tem mais.
– Conte-me.
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Maré Vermelha
FantasyKyle e seus companheiros atravessam mares no navio, Estrela do Crepúsculo, com a ajuda do capitão Dacsiniano, An Lepard Baltimore. Durante a busca de salvação para Lacoresh, ameaçada pelas forças sombrias, enfrentam perigos nos arquipélagos sílficos...