VIII - NAYA

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O Daren estava na minha casa para pedir desculpas pelo comportamento dos filhos comigo. Mas ele não tinha culpa de nada.

— Me perdoa por colocar no mundo dois homens ruins que te fizeram sofrer.

Eu chorava muito.

— Você não tem culpa. Eu tenho por ficar com eles. Seus filhos me chamaram de vagabunda, estão certos.

Ele segurou as minhas mãos.

— Discordo, não estão. Eu já vejo de outro modo. O João Emanuel errou te traindo e abandonando sozinha numa relação fracassada. Você não podia casar sozinha. E o Heitor apareceu fingindo oferecer tudo aquilo que você precisava naquele momento. E só te trouxe mais sofrimento.

— Me apaixonei por ele. Eu me apaixonei pelo Heitor, mas errei com o João Emanuel.

— Todos vocês erraram, agora é seguir em frente.

— Eu te avisei que o Heitor não prestava.

Lógico que ela estaria aqui para tripudiar em mim.

— Adriana, por favor. Você não está ajudando.

— Ela está certa. Fui burra.

— Olha, Naya. Apesar de tudo que você fez o meu filho ainda quer falar com você. Ele está lá fora. Eu não apoiei, mas o João Emanuel só faz o que quer.

— Eu não quero falar com ele.

Não queria mais encrenca na minha vida.

— Entendo, mas vocês precisam resolver o que for.

Enxuguei as lágrimas e pedi que ele entrasse, resolveria essa página na minha vida e viraria. O Daren e a Adriana esperariam na varanda. O João Emanuel apareceu com as mãos no bolso da calça e sem graça.

— Eu te perdoo, Naya. Me perdoa também por ser um canalha com você? Vamos recomeçar? A gente esquece tudo. A gente pode mudar de casa, de cidade e até de país, Naya.

Não esperava essa reação dele.

— Não, eu não quero mais você.

— Ele não vai ficar com você.

Ele dizia isso como um motivo a mais pra voltar pra ele.

— Também não quero o seu irmão. Eu não quero nenhum de vocês dois na minha vida. Vocês se odeiam e saem machucando os outros pelo caminho. Vocês não se importam com ninguém.

— Eu me importo com você, sim.

— Percebi, me traindo todos esses anos. Você me traiu e me enganou. E o seu irmão me usou pra te ver sofrer, só que ele errou, você não sofre porque você nunca gostou de mim. Você não gosta de ninguém, só de você.

Ele se ajoelhou e agarrou a minha cintura.

— Não fala isso. Eu te amo, Naya. Me dê outra chance? Prometo que não vou te fazer sofrer.

— Não quero nem a sua amizade. Me solta, João Emanuel.

Ele me olhou com lágrimas nos olhos e levantou.

— Sempre vou estar aqui pra você.

— Não preciso de você. Como namorado você nunca se importou comigo. Eu sempre tive que cuidar de mim, mesmo com você eu estava sozinha. Você foi péssimo pra mim.

— Naya...

— É melhor você ir embora. Eu não quero você em minha vida nunca mais. Tchau, João Emanuel.

SE ALIANDO AO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora