Odiava o sorrisinho do Heitor. Esse homem tinha algum problema, se achava o gostoso. Não se enxerga.
AFFF.
Que ódio.
— Resmungando sozinha, Naya?
— E estava bem melhor que agora com você aqui.
— Quase partiu o meu coração.
O Heitor fez uma cara triste.
— Esse é o meu plano.
Continuei me arrumando tranquilamente. Outra coisa insuportável era esse maldito quarto junto com esse brucutu.
— Ainda me livro de você. — resmunguei baixo outra vez.
— Também sou louco por você, querida.
Ele adorava essas gracinhas pra me tirar do eixo.
Só avisei que sairia pra trabalhar. Pelo menos em cuidar das nossas filhas o Heitor faz bem o papel de pai.
Sempre trabalhava tranquila porque sei que cuidaria com a vida dele.
Ele olhou mais que o normal pra mim.
— O que é? Estou horrorosa por acaso? Perdeu alguma coisa aqui?
Passava um batom vermelho e notava seus olhos em mim.
— Não. Você sabe que não é isso. Você está bem demais pra trabalhar.
— O que seria isso? Tenho que ir feia e assustar os clientes?
Eu sou decoradora. Ter bom gosto em minha imagem é o primeiro passo pra vender o meu trabalho.
— Você entendeu.
— Não entendi e nem tenho tempo pra isso.
Tomei café da manhã com as crianças e me despedi delas.
— Se cuidem e boa aula. — abracei cada uma bem apertado. A Helô é um amor de criança, o meu coração de mãe babona se derrete.
O Heitor as levou a escola e ainda passei pra buscar a Júlia.
Nós temos esse negócio de decoração e tudo vai bem. Foi um tempo longo até a gente se firmar, mas tudo deu certo.
— Uau!
— Até você, Julia?
— Mas é. Você está maravilhosa. O Andrei vai adorar.
— Não me arrumei pra ele. Ele não tem que gostar de mim, tem que gostar do meu trabalho. Não estou vendendo o meu corpo, estou vendendo os meus serviços de decoradora.
— Nossa. Eu entendi. Mas ele ainda vai reparar. Ele é caidinho por você.
— Ele nunca foi desrespeitoso ou fez nenhuma investida. Para de criar história na sua cabeça.
— Não está mais aqui quem falou.
— Acho bom.
A Julia é a minha irmã, eu a amo, mas as vezes ela enche a minha paciência.
A manhã passou rápido e logo fui encontrar o Andrei num restaurante. Ele pediu para almoçar comigo porque esse era o único horário que ele poderia.
Eu nunca vi ninguém mais louco por trabalho que ele.
— Naya. Que bom vê-la. — beijou a minha mão.
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SE ALIANDO AO AMOR
RomanceAs vezes o amor é o suficiente... Outras não. Naya e Heitor se conhecem no momento mais difícil da vida dele. Um coração amargurado pela vida pode ser impenetrável para o amor.